A versatilidade das motocicletas que aliam praticidade e lazer

Honda é uma das fábricas de motos do Polo Industrial de Manaus (Foto: Divulgação)

16 de agosto de 2021

20:08

Cassandra Castro – Da Cenarium

BRASÍLIA (DF) –  Competitivas, robustas, veículos de transporte popular ou sonho de consumo. As motocicletas estão presentes em toda parte, nas capitais, nas zonas rurais e municípios do interior do Brasil. No caso do Estado do Amazonas, os veículos de duas rodas que incluem além das motocicletas, as bicicletas, motonetas e ciclomotores são também fonte de emprego e renda para milhares de pessoas.

A paixão pelas duas rodas passa de geração a geração ( Divulgação/Abraciclo)

No caso das motocicletas, nove das dez empresas associadas à Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), entidade que representa as fabricantes do segmento de Duas Rodas no Brasil, possuem fábricas localizadas no Polo Industrial de Manaus. Duas delas, com mais de 40 anos de atividades na capital amazonense: A Yamaha, em atividade desde 1974 e a Moto Honda da Amazônia, instalada em 1976 e que emprega, sozinha, 7 mil trabalhadores, segundo dados das empresas que constam no site Abraciclo.

Garantia de sustento e locomoção no interior do Amazonas

Os veículos de duas rodas são bem populares não só na capital Manaus, mas, também, nas cidades do interior do Amazonas. Segundo informações do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), até julho deste ano, a frota de veículos de duas rodas no interior do Estado era de 144.494 veículos, sendo que a predominância é de motocicletas, seguidas pelas motonetas. Depois de Manaus, as cidades de Itacoatiara, Parintins e Manacapuru se destacam na quantidade desse tipo de meio de transporte:

Manaus: 231.444

Itacoatiara: 20.236

Parintins:  17.280

Manacapuru: 13.083

Frank Seixas Lima, 37, trabalha desde 2016 como mototaxista, em Parintins, cidade a 369 km de Manaus. Ele conta que na cidade a moto é um veículo muito utilizado e é difícil ver uma família que não tenha, pelo menos, uma motocicleta na garagem ou no quintal. “ As pessoas aqui usam moto para muita coisa, transporte próprio, transporte de passageiros e até de cargas, colocam uma carroça atrás e ganham o sustento”, conta Frank.

O mototaxista diz que na associação da categoria constam 400 profissionais aptos a trabalhar, todos com veículos próprios, habilitados e com ficha limpa na polícia. “Antigamente, era muito bagunçado, qualquer um pegava uma moto e ia fazer corrida, acabou que aumentou a criminalidade e aí resolveram organizar tudo para que a atividade fosse feita com tranquilidade e segurança para o mototaxista e o passageiro”.

As sedutoras máquinas que “voam” no asfalto

Em Manaus, também existe a fábrica da lendária moto Harley-Davidson, um verdadeiro ícone surgido nos Estados Unidos e que ganhou o coração de amantes da velocidade em todo o mundo. O empresário Mário Alfredo Merhy, 59, já era um apaixonado pelo motociclismo há, pelo menos, 40 anos. Ele conta que a sensação de liberdade é fantástica quando se pilota uma motocicleta e diz que a “queda” pelas motocicletas Harley-Davidson começou quando ingressou no Moto Clube Bodes do Asfalto, em Manaus.

Mário Merhy é um apaixonado por motos (Foto: Jean Carlos)

O arquiteto urbanista Deusdedith Monteiro, 48, vive um romance há dois anos com a sua “Lady Black II “ , nome carinhoso dado à moto Yamaha Midnight Star 950 cilindradas. Para ele, a motocicleta realmente passa este sentimento de liberdade, sem ter preocupação em ir a longas distâncias.

Paixão que se reflete em números

Com tantos apaixonados pelos veículos de duas rodas, as previsões não poderiam ser mais otimistas. A Abraciclo revisou as projeções de produção de motocicletas para 2021 e estima que as fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus produzam 1.220.000 unidades, o que corresponde a um crescimento de 26,8% na comparação com o ano passado. A perspectiva inicial apresentada pela Associação era de 1.060.000 motocicletas.

O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, acredita que com a nova previsão o setor deve ficar próximo ao patamar de 2015, quando foram fabricadas 1.262.708 motos. “Ainda estamos bem distantes do recorde de 2011, que teve mais de 2 milhões de unidades produzidas, mas o importante é que a indústria está consolidando sua recuperação e os sinais indicam o início de um novo ciclo de expansão”.