18 de dezembro de 2021

14:12

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Um dos nomes indicados na lista tríplice para membro substituto do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), Adriana Lo-Presti Mendonça, se tornou a primeira mulher mestre em Direito no Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGDir) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

De acordo com Adriana, o caminho do mestrado foi árduo, mas garantiu que no fim foi gratificante. “Foi a primeira turma de mestrado em Direito da Ufam, o processo seletivo foi bem rígido, começamos de forma presencial e, com a pandemia da Covid-19, passamos a ter aulas online, o que dificultou também nosso trabalho, ainda mais quem precisava fazer pesquisa de campo como era o caso da minha dissertação”, declarou.

Adriana conta ainda que mesmo assim conseguiu vencer as dificuldades e se tornou a segunda aluna da turma a defender, além de ter sido a primeira mulher a conquistar o título de mestre em Direito em Constitucionalidade e Direitos na Amazônia. “Fico muito honrada em receber esse título e o reconhecimento de toda a minha jornada só me traz gratidão. A experiência e gosto pela pesquisa acadêmica me impulsionou ainda mais e hoje já me encontro fazendo doutorado em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

Questionada sobre a lista tríplice do TRE-AM, Adriana afirma que, dentre os vários advogados que concorreram a vaga, poder ter tido uma expressiva votação pelos desembargadores que compõem o Pleno do Tribunal de Justiça, que acabou por me colocar na lista tríplice, “só mostra o reconhecimento que todos têm pelo meu trabalho desenvolvido, seja na época em que fui Vice-Presidente da OAB/AM, seja em uma carreira de mais de 20 anos de verdadeira advocacia militante”.

Mendonça relata que o fato de ser a única mulher a compor a lista tríplice o traz não só uma grande honra, mas também grande responsabilidade, além da representatividade da mulher. “Apesar de estar cada vez maior, ainda encontramos grandes desafios, prova disso é que hoje não há nenhuma mulher pela vaga de jurista compondo a Corte do TRE”, explicou.

Sobre as expectativas para a decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), sobre a lista tríplice ela acredita que o currículo e todo o seu histórico profissional o qualifica para esta tão concorrida vaga. “Porém, nada acontece senão pela vontade de Deus, por isso sigo trabalhando com foco, força e fé, sendo sempre grata a cada conquista e aos desígnios a mim destinados”, declarou.

Durante a solenidade de entrega de título, o reitor da universidade, professor Sylvio Puga, parabenizou os primeiros mestres do PPGDir e afirmou sobre o compromisso da administração superior na consolidação do mestrado e a ampliação para o doutorado. Sylvio aproveitou o momento para parabenizar os orientadores e outros membros do corpo docente do programa, além do esforço coletivo para a realização das disciplinas.

Histórico

Adriana Lo-Presti Mendonça nasceu em Manaus e é membro da Academia de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas e já atua há mais de 20 anos como advogada no cenário amazonense. É filha de Antônio Fábio Barro de Mendonça, se graduou em Direito pela Ufam, e logo após realizou pós-graduação em Direito Processual Civil, e seguiu para o mestrado.