24 de agosto de 2021

18:08

Cassandra Castro – Da Cenarium

BRASÍLIA (DF) – O povo haitiano continua precisando de ajuda humanitária depois do País ter sido atingido, no último sábado, 14, por um terremoto de magnitude 7,2, na escala Richter. Muitas vítimas continuam desaparecidas uma semana depois da catástrofe que deixou mais de 2.200 mortos e 12 mil feridos.

O agricultor Dumont Avenor é pai de seis filhos e reside com a esposa na comunidade de Camp-Perrin . Ele conta que, no momento do terremoto, trabalhava do lado de fora da casa quando ouviu um som muito forte. “Minha esposa havia saído com dois de meus filhos. Quando as outras crianças ouviram o barulho, eu lhes disse que era um terremoto e que precisavam se juntar a mim no pátio”, relembra, atônito.

Dumont relata que, logo em seguida, a casa começou a tremer. “Eu fiz as crianças se deitarem no chão. Quando as coisas acalmaram, elas começaram a gritar e a perguntar pela mãe. Falei para ficarem calmas e que iria buscá-las. Quando encontrei minha esposa, ela começou a perguntar pelos nossos filhos, desesperada. Respondi que todas estavam bem. Assim, ficamos todos juntos no pátio”, narra.

De acordo com o agricultor, depois do terremoto, ele se juntou a outras pessoas para um trabalho de busca por desaparecidos. “Estou ajudando nas buscas dos desaparecidos, mas muitas pessoas morreram, pessoas que conhecíamos. Isso nos abalou muito”, lamenta. A comunidade onde mora o agricultor Dumont Avenor é formada por pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Ajuda organizada para socorrer vítimas do terremoto

Segundo informações de autoridades locais, 500 mil haitianos estão em situação de extrema vulnerabilidade e precisam de ajuda. O Sudoeste do Haiti foi castigado por três terremotos: o de sábado, outro no domingo, 15, com magnitude menor, de 5,9 e o último, ocorrido na última quarta-feira, 18, com 4,9 de magnitude. Além deles, o país também foi atingido, na segunda-feira, 16, pelo ciclone tropical Grace, que agravou ainda mais a situação dos haitianos.

Após estruturar a resposta em conjunto com outras entidades do setor humanitário presentes no Haiti, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) Internacional definiu a resposta inicial a ser executada: atender 6 mil pessoas, com tendas, lonas, kits de abrigo, comida e água em St’Louis du Sud, Les Cayes e em Camp-Perrin. Presente na ilha há mais de 30 anos, a Adra trabalha em parceria com o Hospital Adventista do Haiti (HIH), situado em Diquini, há cerca de 120 quilômetros do epicentro.

Para atingir este objetivo, a agência está liderando uma mobilização mundial para angariar recursos que vão atender as famílias afetadas. No Brasil, a campanha #JuntosPeloHaiti começou no dia 16 de agosto e já arrecadou o valor suficiente para ajudar 600 pessoas no país.

“Após conversar com a Adra no Haiti, o nosso escritório tomou conhecimento do custo dos suprimentos básicos que os nossos colegas irão fornecer às pessoas afetas. Hoje, ajudar um irmão haitiano a ter água, alimentos e kits de higiene durante o período de um mês custa R$100. Este foi o apelo da campanha lançada em nosso país e os doadores responderam prontamente”, pontua Fábio Salles, diretor da agência no Brasil.

Solidariedade que ultrapassa fronteiras

Além da mobilização brasileira, a agência humanitária abriu campanhas de doação em cinco dos oito escritórios existentes na América do Sul com o intuito de “levar não apenas recursos, mas a esperança de que quando as pessoas se unem, histórias podem ser reconstruídas”, afirma Eric Leichner, coordenador de emergências da entidade para oito países sul-americanos.

Para apoiar o trabalho da Adra no atendimento à população do país, as doações podem ser feitas pelos seguintes canais:  via Pix: [email protected] ou por depósito em conta:

Adra Brasil

Banco Santander

Ag. 1181

C/C 13.086347-3

CNPJ 01.467.063/0001-15