05 de outubro de 2021
09:10
Cassandra Castro – Da Cenarium
BRASÍLIA (DF) – Com o litro da gasolina comum chegando a R$ 7 em vários postos de combustíveis, além da alta em outros itens de alimentação, a avaliação feita pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a alta da inflação deve ter chegado ao seu maior nível em setembro não causa surpresa aos brasileiros.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial no País, chegou a 1,14%, em setembro. A taxa é superior ao resultado de 0,89% de agosto e a 0,45% de setembro do ano passado. Com o resultado, a prévia da inflação oficial acumula taxas de 7,02% no ano e de 10,05% em 12 meses.
Drama na mesa do brasileiro
Razões da alta da inflação
O presidente do Banco Central atribui a alta da inflação a “dois choques” ocorridos em 2020 e 2021. Segundo Campos, no ano passado, o Brasil sofreu com um forte aumento dos preços dos alimentos associado a uma grande perda de valor do real em relação ao dólar.
A gasolina, segundo o presidente do BC, continua subindo, apesar da quase estabilidade do preço do combustível a nível internacional, pela alta do etanol, que faz parte da composição vendida no Brasil, e o aumento dos valores dos fretes. “O etanol subiu mais de 40% no ano e o frete subiu também”, destacou.
Juros
Para conter essas pressões, Campos disse que o Banco Central tem agido rapidamente e reajustado os juros para conter a alta inflacionária. “A gente entende que tem um elemento de persistência maior [da inflação], por isso nós temos sido mais incisivos nos juros”, disse.
No dia 22 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic – juros básicos da economia – de 5,25% para 6,25% ao ano. A taxa está no nível mais alto desde julho de 2019, quando estava em 6,5% ao ano. Esse foi o quinto reajuste consecutivo na taxa Selic.