15 de fevereiro de 2021
16:02
Ana Pastana
MANAUS – O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, devem se encontrar virtualmente pela primeira vez em 22 de abril, de acordo com informações de agências de notícias internacionais. A reunião pretende debater com lideranças mundiais sobre o futuro da Amazônia.
A presença de Bolsonaro ainda não foi confirmada. No entanto, o posicionamento atual do presidente brasileiro, que anteriormente apoiava o ex-presidente Donald Trump, ainda é desconhecido. Isso porque Bolsonaro demorou a reconhecer a vitória do democrata norte-americano.
De acordo com o ambientalista Carlos Durigan, a discussão é muito positiva para agenda global. “Sabemos que a Amazônia não é só Brasil, são nove países que passam por muitas dificuldades para cuidar de seu patrimônio natural e ainda das pessoas que vivem na região”, diz o especialista.
Problemas
Biden, desde o início da candidatura para presidência dos Estados Unidos, levanta pautas contrárias ao do ex-presidente Trump. E de acordo com ambientalistas, na conversa que pretende reunir as autoridades, Bolsonaro não apresenta credibilidade sobre o tema sustentável.
Para Durigan, o período de pandemia expôs ainda mais os problemas relacionados à degradação ambiental, atividades ilegais diversas e ainda ameaça aos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. “O aumento de crimes na região tem sido incentivado pelo afrouxamento das ações de controle e proteção coordenada pela fragilização das políticas socioambientais pelo atual governo”, continua o especialista.
Amazônia
Jair Bolsonaro em diversas ocasiões já minimizou a alta das queimadas da floresta amazônica e do Pantanal. Além de afirmar que os indígenas trocavam toras de madeiras por Coca-Cola e cerveja.
Para Carlos, a postura negacionista do governo e seus integrantes incentiva ações que promovem a degradação na região. “A interlocução do Brasil pode ser trágico e vergonhoso e pode ainda gerar ações negativas que prejudicarão ainda mais nossa economia e nossa participação em ações globais em coordenação com outros países”, conclui Durigan.
As queimadas na Amazônia em 2020 ultrapassou o total registrado de janeiro a dezembro de 2019. Ao todo foram registrados 89.604 por satélites monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com isso, o Inpe lançou um painel de informações para identificar focos de calor na vegetação da região da Amazônia Legal, em 16 de novembro de 2020.
Encontro
O embate entre Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron, também é esperado. Os dois iniciaram uma crise diplomática após comentários de Macron no Twitter soarem ofensivos a Bolsonaro. A abordagem sobre as queimadas na Amazônia não foi bem recebida pelo mandatário brasileiro.