Anvisa aprova vacinas Coronavac e de Oxford no Brasil

Colegiado da Anvisa aprova uso emergencial de vacinas no Brasil (Divulgação/ Anvisa)

17 de janeiro de 2021

14:01

Gabriel Abreu – Revista Cenarium

MANAUS – Os cinco diretores da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) aprovaram neste domingo, 17, o uso emergencial das vacinas de Oxford e do Laboratório chinês Sinovac Biotech contra a Covid-19 no Brasil. As vacinas são uma esperança para a população brasileira que vive uma nova onda da doença. Com a aprovação, o país deve começar a vacinação na próxima quarta-feira, como afirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Os diretores acompanharam o voto de Meiruze Freitas, relatora dos pedidos. No caso da Coronavac, a diretora condicionou a aprovação à assinatura de termo de compromisso e publicação em “Diário Oficial”. A decisão da Anvisa deste domingo passa a valer a partir do momento em que houver a comunicação oficial ao laboratório. Ela será publicada no portal da Anvisa, no extrato de deliberações da Diretoria.

Meiruze Freitas foi a relatora na Anvisa e afirmou que os benefícios das duas vacinas superam eventuais riscos.

“Ressalvadas algumas incertezas ainda existentes pelo estágio de desenvolvimento das vacinas em apreço, os benéficos conhecidos e potenciais das duas candidatas superam os riscos potenciais que traz cada uma delas. Entretanto, ambas atendem aos critérios de qualidade e segurança para uso emergencial. Faço uma ressalva quanto à Coronavac, que requer dados complementares quanto à imunogenicidade”, declarou.

A Coronavac é uma vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês e de Oxford é produzida pela Astrazaneca, cerca de seis milhões de doses da Coronavac já estão no país. Já as doses de Oxford ainda faltam ser entregues pelo laboratório indiano.

Frear contaminação

O infectologista do Instituto Emilio Ribas, Sergio Cimerman, em entrevista à Globo News, disse que o país precisa começar imediatamente a vacinação para frear possíveis novas ondas. “Vamos deixar de ter essa politização em todos os sentidos. Se não, vai continuar essa transmissão alta e não vamos frear a contaminação. A Sinovac já disponibilizou seis milhões de doses no país. Então, a vacinação já pode começar”, destacou Cimerman.

O infectologista explicou que um dos pontos mais importantes para se destacar é a eficácia de 100% da vacina em pacientes graves. “Quem tomá-la não vai passar por um agravamento da doença. E ninguém vai virar jacaré. Peço que a imprensa nos ajude a combater esse movimento para que todos possamos estar imunizados”, explicou.

Países que já vacinaram

Mais de 32 milhões de pessoas já foram vacinadas mundo afora e pelo menos 52 países já iniciaram as campanhas de vacinação. Segundo balanço do site “Our World in Data”, responsável por compilar dados sobre a pandemia com fontes oficiais.

Estados Unidos e China lideram a corrida pela imunização e ultrapassaram a marca de 10 milhões de doses aplicadas. Somados à Inglaterra, a Israel e aos Emirados Árabes Unidos respondem por 80,82% das vacinas já aplicadas em todo o planeta. O grupo de cinco países já imunizou 26,38 milhões de pessoas.

Lista

Indía, Itália, Rússia, Espanha, Alemanha, Canadá, bem como Polônia, França, Escócia; assim como México, Arábia Saudita, Argentina, também endossam a lista de países que já começaram a vacinar. Além destes, Turquia, Romênia, Dinamarca, Irlanda do Norte, assim como País de Gales, Bahrein, Hungria, Suécia e República Tcheca já imunizam os cidadãos.

No terceiro bloco, Portugal, Grécia, Áustria, Bélgica, bem como Países Baixos, Irlanda, Eslováquia, Croácia; Lituânia, Eslovênia e Noruega também já se encontram em fase avançada da vacinação, assim como Finlândia, Omã, Bulgária, Estônia, Letônia.

Até mesmo Chile, Costa Rica, Sérvia, Singapura, Chipre, Islândia, Gibraltar, Chipre, Luxemburgo, Malta e Guiné já têm planos de vacinação em massa em pleno funcionamento.