Ao lado do governador Wilson Lima, Josué Neto diz: ‘Temos que respeitar o destino; tudo aconteceu na hora certa’
17 de março de 2021
17:03
Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – Após um ano de desavenças entre o deputado Josué Neto (Patriota) e o governador Wilson Lima (PSC), os políticos demonstraram o início de um período de trégua, nesta quarta-feira, 17, durante o ato de sanção da lei que cria o novo marco regulatório do gás natural produzido no Amazonas. O evento aconteceu às 12h, no Palácio do Governo, localizado na Avenida Brasil, zona Oeste de Manaus.
Josué Neto, que foi presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) e atualmente é vice-presidente da casa, passou boa parte do ano de 2020 fazendo dura oposição ao atual governador. O parlamentar chegou inclusive a pautar um processo de impeachment do governador, durante a crise dos respiradores.
Em tom conciliatório, Josué declarou que, algumas vezes, os políticos são acometidos por uma visão deturpada de querer ser protagonista de determinados temas e bandeiras. “Isso, às vezes, se choca com o espírito público. O que nos move é o espírito público e não nossas vaidades”, reconheceu.
Mea culpa
Diante de inúmeros colegas de parlamento, o deputado patriota prosseguiu fazendo um mea culpa: “nós temos de respeitar o destino, o momento certo, pelas mãos certas, e aqui acho que todas as mãos estão certas para o momento atual depois de um ano e meio de discussões”, contemporizou.
Ao final de sua fala, Josué Neto concluiu a reflexão diante do público assistente. Olhando para Wilson Lima, Josué Neto declarou: “temos de respeitar o destino […] Tudo aconteceu na hora certa, governador”. Ao fechar, declarou amistosamente. “Governador, Vossa Excelência tem o meu respeito”, finalizou.
Um novo marco
De acordo com analistas econômicos, o governador Wilson Lima pode estar diante de um momento histórico. O novo marco regulatório abre inúmeras possibilidades econômicas para o Amazonas. O gestor sancionou uma lei que revoga o marco regulatório atual (Lei 3.939/2013 e os decretos 30.776/2010 e 31.398/2011).
O Amazonas é o terceiro maior produtor de gás natural do País. De acordo com Wilson Lima, o novo marco irá impactar diretamente na vida da população já que pode baratear, por exemplo, o gás de cozinha que hoje está ao valor em média de R$ 95. A nova lei estabelece competitividade, o que deve atrair novos investimentos em um mercado estimado de R$ 4 bilhões.
De acordo com os cálculos do governo, em menos de uma década, o mercado competitivo de gás no Amazonas pode gerar 20 mil empregos. Acompanhado de um pacote social, o governo prevê criar a tarifa social, que pode beneficiar 50 mil famílias economicamente vulneráveis.