06 de novembro de 2020
19:11
Náferson Cruz – Da Revista Cenarium
MANAUS – O Amapá entrou nesta sexta-feira, 6, em seu quarto dia de ‘apagão’ com 89% da população sem eletricidade. Treze dos 16 municípios foram afetados. A falta de energia elétrica decorrente de um incêndio em uma subestação de energia, localizada na Zona Norte de Macapá, causou uma reação em cadeia deixando todo o sistema público colapsado.
Imagens cedidas à CENARIUM, pela jornalista Francy Rodrigues, evidenciam todo o caos na capital amapaense. São filas quilométricas nos caixas eletrônicos, pontos de poços artesianos e nos postos de combustíveis. Só para se ter uma noção do problema, na principal via do bairro Jardim 1, a Júlio Pereira, o engarrafamento se estendia na tarde desta sexta por mais de dois quilômetros.
O desabastecimento nos supermercados também é notório nas imagens. A maioria dos estabelecimentos está com as prateleiras vazias, itens básicos como o de higiene pessoal e água estão esgotados. Para piorar ainda mais a situação, todas as agências bancárias estão fechadas e não há dinheiro para saque nos caixas eletrônicos e máquinas com cartão não funcionam, assim como os serviços de telefonia. Apenas os hospitais estão funcionando, movidos pela energia de geradores de eletricidade.
Dez dias para o retorno da energia elétrica
Nesta sexta-feira, 6, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declarou que pretende restabelecer toda a energia no Estado do Amapá em até 10 dias. Ele explicou que o plano para restaurar a energia em 70% do Estado até a quinta-feira, 5, não deu certo porque a operação é “complexa”.
“A situação está bastante complicada, não há água encanada, a maioria dos postos de combustíveis não tem gerador e não conseguem operar, as pessoas não conseguem fazer comprar porque não tem como pagar no cartão e os caixas não estão funcionando”, lamentou a jornalista Francy Rodrigues.
Ação Popular
Na manhã desta sexta-feira, 6, uma comitiva do Conselho de Cidadãos protocolou uma Ação Civil Popular (ACP) na Justiça Federal. Na ação movida, o grupo de cidadãos solicita que a Prefeitura de Macapá e os governos do Estado e Federal, forneçam carros-pipas para garantir o abastecimento de água à população. Além disso, que sejam distribuídas cestas básicas, uma vez que a população começa a ter dificuldade de acesso a alimentos.
O documento rege ainda a instauração de inquérito policial para que a Polícia Federal (PF) averigue as responsabilidades da empresa responsável pela central de distribuição de energia elétrica, do operador nacional do sistema e de todos os demais agentes. A ACP pede que os responsáveis sejam investigados e condenados a ressarcir cada amapaense, em especial, os comerciantes pelos prejuízos.
Na quinta-feira, 6, a Prefeitura de Macapá decretou Estado de Calamidade e deu início ao fornecimento de distribuição de água, sendo este insuficiente para a necessidade de todo o Estado.