Após protestos, polícia envia reforços a município do AM para apurar novo caso de abuso sexual contra criança
21 de dezembro de 2020
10:12
Bruno Pacheco
MANAUS – A Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) enviou reforços para Barreirinha (a 331 quilômetros de Manaus), após um novo caso de abuso sexual e assassinato contra uma criança de um ano e cinco meses revoltar moradores do município. Na noite desse domingo, 20, populares foram às ruas em protesto contra o crime que ocorreu menos de uma mês após uma criança indígena ser estuprada e morta por um adolescente.
Um homem, identificado como Alex, foi preso em flagrante por cometer o crime contra a menina Cibele Amazonas Silva, de um ano e cinco meses. Durante a manifestação desse domingo, segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), populares revoltados com o crime incendiaram duas viaturas de polícia e depredaram o prédio da instituição para tentar tirar o suspeito de dentro da 42ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP).
Conforme informações da PC-AM, o fogo foi rapidamente controlado e as investigações acerca do ato de vandalismo estão em andamento. Ainda segundo a polícia, reforços foram enviados para o município e o homem será transferido para o município vizinho de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), onde permanecerá à disposição da Justiça.
O caso
Segundo relatos compartilhados nas redes sociais por moradores de Barreirinha, o homem, que é padrasto da criança, consumou o ato enquanto a mãe da criança trabalhava. Ao retornar para casa, a mulher notou que a filha apresentava comportamento diferente e a levou para uma unidade hospitalar da cidade.
Ainda segundo os relatos, o suspeito foi denunciado após exames constatarem ferimentos na região íntima da criança. A polícia foi acionada para encontrar o agressor que tentou se esconder em uma área de mata da Comunidade Terra Preta do Limão, mas foi preso momentos depois. A criança não resistiu e veio a óbito.
Revoltados com o caso, moradores realizaram uma manifestação em Barreirinha pedindo por Justiça. Durante o confronto com a polícia, uma pessoa, identificada Otávio Gabriel, foi morta a tiro, e um outro homem, identificado com Roniel Viana, também veio a óbito após ser transferido para um hospital de Parintins.
Vítima indígena
Há menos de um mês, em 22 de novembro, a menina indígena Ana Beatriz, de cinco anos, também era vítima de abuso sexual e assassinato. Ela foi encontrada morta na comunidade Nova Vida, aldeia indígena Sateré-Mawé, localizada nas proximidades do distrito de Ponta Alegre, em Barreirinha. O caso ecoou pelo Brasil ganhando protestos em diversos estados.