Arcepisbo de Manaus manifesta apoio a professores contra retorno de aulas presenciais

Arcepisbo de Manaus manifesta apoio a professores nessa quinta-feira, 6. (Divulgação)

07 de agosto de 2020

08:08

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, manifestou, nessa quinta-feira, 6, solidariedade e apoio aos profissionais da educação do Amazonas que deflagraram greve por tempo indeterminado na quarta-feira, 5, contra o retorno das aulas presenciais na rede pública do Estado, em meio à pandemia do novo Coronavírus.

“As razões apresentadas pelos mesmos (Sinteam e Asprom/Sindical) nos fazem perceber que o momento exige da sociedade cuidado e do Executivo diálogo com os profissionais da educação. Não é possível colocar em risco a vida das pessoas: profissionais, alunos e família. Somente na escuta se pode aferir o momento oportuno da volta às aulas presenciais ou outro modo de ensino”, disse o Dom Leonardo Steiner.

Carta de apoio assinada pelo arcebispo de Manaus

Na manhã dessa quinta, 6, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) e o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom/ Sindical) estiveram reunidos com o arcebispo para apresentar os motivos pelos quais os professores são contrários ao retorno das aulas presenciais, previsto para ocorrer a partir da próxima segunda-feira, 10, em Manaus.

Desde o início da semana, os educadores vêm buscando apoio e realizando manifestações na capital amazonense solicitando uma reunião com o governo, em uma tentativa de anular a decisão. Os educadores alegam que as unidades educacionais da rede pública não possuem suporte necessário para garantir os cuidados de profissionais e alunos, representando um risco à saúde de todos com a possibilidade de contágio do novo Coronavírus.

Greve

O anúncio do governo de retornar com as aulas presenciais na rede estadual de Manaus gerou tensão entre os educadores que. Na quarta-feira, em Assembleia Geral Extraordinária, o Asprom/ Sindical, decidiu por unanimidade deflagrar greve geral por tempo indeterminado contra a volta às aulas nas escolas de Ensino Médio.

“A greve atingirá somente os professotes e pedagogos que atuam nas escolas de Ensino médio onde o governador determinou o retorno das aulas presenciais, na capital Manaus.

Na próxima segunda, 10, o Asprom/ Sindical afirmou que uma Assembleia Geral de instalação de greve será realizada a partir das 15h30, em local a ser definido.

Higiene e proteção

Em nota nessa quinta-feira, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc), afirmou que não mede esforços para garantir total segurança na retomada das atividades escolares da rede estadual na próxima segunda-feira. Segundo o governo, para isso, foi viabilizada a aquisição de mais de um milhão de itens de higiene e proteção para uso nas 123 escolas da rede pública de ensino.

“Ao todo, estarão à disposição de estudantes, professores e demais profissionais da área de educação, na capital amazonense, cerca de três mil unidades de álcool em gel e líquido, duas mil unidades de protetores faciais, dois mil rolos de papel toalha, duas mil luvas de látex, duas mil toucas descartáveis e um milhão de máscaras de pano”, disse.

Foram realizadas também adequações na infraestrutura das escolas para o retorno das atividades presenciais. Além da instalação de pias e sinalização, as unidades de ensino terão totens de álcool em gel. A produção deste equipamento foi intensificada nos últimos dias. A intenção é suprir todas as escolas com 670 totens.

Retorno 

O retorno às atividades presenciais da rede pública estadual de ensino, em Manaus, foi anunciado na última semana pela Secretaria de Educação. A volta às salas de aula ocorrerá de maneira gradativa e escalonada, em 123 escolas da capital, totalizando cerca de 110 mil alunos.

Os primeiros a retornarem – no dia 10 de agosto – são os estudantes do Ensino Médio regular e da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). No dia 24 de agosto, retornam os alunos do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais). Estudantes do interior ainda não possuem data para regressar às escolas.