03 de janeiro de 2021
23:01
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – A Associação Amazonense das Empresas e Profissionais de Eventos (AAMEPE) repudiou neste domingo, 3, a convocação de movimentos que se intitulam representantes da categoria contra a decisão judicial que restringiu o comércio de serviços e produtos não essenciais no estado para conter o avanço da Covid-19.
Transmitida em aglomerações, a doença retomou a força após as eleições e festas de final de ano. A média de mortes ultrapassa a 20 por dia no Amazonas e o número de infectados é de pelo menos 500, diariamente.
Viralizou nos grupos de WhatsApp em Manaus atos programados para iniciar a partir de terça-feira, 5, às 9h, nas zonas Sul, Norte, Leste e Oeste da capital, com o objetivo de pedir a retomada integral do comércio.
Em nota de repúdio assinada pelo presidente da AAMEPE, Fulvio Porto afirmou que discorda do ato e disse que o atual momento é de resguardar vidas e reforçou a segurança dos profissionais.
“Sabemos da importância e segurança da saúde de nossos participantes, queremos o melhor para nossa categoria, mas entendemos que se resguarda é o melhor nesse momento”, declara Porto.
Justiça favorável
Atendendo ao pedido do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), o Tribunal de Justiça (TJAM) determinou no sábado, 2, que o governador Wilson Lima (PSC) emita novo decreto para restringir o funcionamento de serviços não essenciais do comércio na capital e no interior por 15 dias.
No pedido à Justiça, o Ministério Público argumenta que as aglomerações no comércio e em reuniões geradas com as festas de fim de ano causaram superlotação nos hospitais da rede pública e privada.
Segundo um levantamento do MP-AM, o aumento do número de pacientes comprometeu, principalmente, os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs), dada a gravidade em que chegam os pacientes. A taxa de ocupação nas UTIs de todos os hospitais é de 84,7%.
Novo Recorde
Hoje, Manaus voltou a registrar um novo recorde de internações por Covid-19 desde o início da pandemia, com 159 novas hospitalizações, número mais alto registrado até o momento. Anteriormente, o recorde era de 124, consignado na última quinta-feira, 31 de dezembro de 2020.
No interior, foram mais quatro internações, totalizando 163 em todo o Estado. Somente nos últimos sete dias, conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), foram 1.188 pessoas hospitalizadas.
Também neste fim de semana, o Amazonas passou da marca dos 200 mil infectados. Ao todo, são 202.413 casos confirmados da Covid-19, sendo 5.345 o total de mortes pelo novo Coronavírus.