Bancada petista quer prorrogar auxílio emergencial até o fim da pandemia

Ao todo, serão pagos R$ 2,6 bilhões para cidadãos que estão no ciclo 2, que envolve informais inscritos por aplicativo, site, Correios ou no CadÚnico. (Carolina Givoni/ Revista Cenarium)

20 de agosto de 2020

17:08

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Ainda sem definição sobre o fim pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil também segue o impasse sobre a prorrogação de pagamentos do Auxílio Emergencial (AE). Nesta quarta-feira, 19, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) citou que o benefício pode seguir até dezembro deste ano e apesar do anúncio de dilatação dos repasses, pretende reduzir o benefício de R$600 para R$ 300 ou ainda para R$250, por meio de Medida Provisória (MP), que deve ser editada nos próximos dias.

No mês de julho, a Câmara Federal (CF), rejeitou à Emenda Nº 3, proposta pelo deputado Enio Verri (PT-PR) com intuito de ampliar o período do auxílio, além de pautar a manutenção dos R$600, sob alegação redução de valores pelo governo federal. A votação à época causou desinformação na população e provocou divergências entre a bancada parlamentar amazonense na CF.

Votação polêmica

Por 309 votos contrários, incluindo os de Silas Câmara e Cap. Alberto Neto (Republicanos-AM), Delegado Pablo Oliva (PSL-AM), Sidney Leite (PSD-AM), a maioria dos deputados decidiu não aprovar o recurso, por entender que após aprovação da Lei do auxílio, o governo federal prorrogaria os pagamentos enquanto durar a pandemia. Átila Lins (Progressistas-AM), Marcelo Ramos (PL) e Bosco Saraiva (Solidariedade) não votaram, e o único a favor da indicação, foi o deputado José Ricardo (PT-AM).

Justificando o voto positivo, que gerou polêmica, o parlamentar petista ressalta que reduzir esse o valor do auxílio, significa elevar os índices de pobreza, bem como, as dificuldades das famílias.

“Isso ão vai resolver o problema e sim agravar, porque o desemprego continua em alta, a informalidade também, muito pequenos empreendedores de microempresa até agora não conseguiram voltar porque o Governo não pressiona os bancos para facilitar os créditos, portanto só vamos recuperar a economia para o ano que vem, então tem que ser mantido o auxílio emergencial, até porque ele contribui na ativação da economia e acaba aumentando a arrecadação pública”, defendeu José.

Outros posicionamentos

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) também acusado de votar contra o auxílio emergencial e desmentiu a informação. “Peço a atenção de todos. Circula nas redes a informação de que deputados votaram contra a prorrogação do auxílio emergencial. Isso é mentira! TODOS os deputados e deputadas votaram a favor, inclusive o trecho que permite ao governo estender a ajuda enquanto durar a pandemia. Esses são os fatos. O resto é fakenews covarde”, afirmou o Maia.

Delegado Pablo (PSL) também se posicionou a respeito. “Tenho apoio incondicional ao auxílio emergencial para a população receber um socorro no período dessa crise. É maldoso e oportunista, algumas pessoas tentarem enganar a população dizendo que votamos contra a prorrogação do auxílio”, disse.

Pandemia longe do fim

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, disse que a pandemia de coronavírus “não está sequer perto do fim” e que o surto está se acelerando em nível global.

Já o chefe do Programa de Emergências da OMS, Mike Ryan, disse ter havido um “tremendo progresso na busca de uma vacina segura e eficaz para prevenir a infecção”, mas “ainda não existe garantia de que o esforço seja bem-sucedido”.

Além desse “grande desafio” citado pela OMS, também é essencial reconhecer situações desafiadoras como áreas urbanas com alta densidade da população e dificuldades de oferta de serviços a pessoas vivendo em zonas rurais difíceis de alcançar.