13 de novembro de 2020
19:11
Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – O presidente Bolsonaro virou o meme mais festejado desta sexta-feira, 13, depois que a Revista Isto É o transformou no ‘Bolsoringa’, uma mistura de Bolsonaro + o Coringa, personagem magistralmente interpretado pelo ator Joaquin Phoenix na película ‘Coringa’ de 2019.
Com a chamada ‘Inconsequente, irresponsável e insano’, a publicação faz uma chacota com as recentes falas do presidente do Brasil, cujo tom ameaçador ‘fez tremer’ as bases militares norte-americanas. ‘Depois que acabar a saliva, tem que ter pólvora’, disse Bolsonaro em tom de ameaça.
Entre os memes mais criativos estão o ‘Bolsoringa explodindo o Congresso Nacional’, ‘Bolsoringa explodindo o Projac’. ‘Bolsoringa no Encontro com Fátima Bernades’, ‘Bolsoringa no palanque do PT’ e ‘Bolsoringa em um mosaico de cultura pop’. Tudo muito caricato, assim como o atual presidente do Brasil.
Revoltado
O cartunista Regi Moreira ficou revoltado com a caricatura que a publicação destinou à personagem, para ele, foi completa falta de sensibilidade com quem é fã e entende a importância de algo que merece todo o respeito. “Acho uma falta de respeito com o Coringa. Ele não merecia essa comparação”, criticou o cartunista manauara.
Já o cartunista Romahs chama atenção para o humor do brasileiro. “É incrível como temos a capacidade de rir das nossas tragédias”, destacou Romahs. Para ele, a arte sempre terá um papel social. “Mesmo que ele, Bolsonaro, tenha uma paixão pelo autoritarismo, a arte nunca o deixará assumir esse papel dentro da nossa democracia”, comemorou.
Para completar, Romahs enaltece a caricatura enquanto resistência. “Sei que se o Bolsonaro pudesse, ele metralharia gente como o Aroeira porque são artistas assim que fazem resistência, aliás, sou fã da caricatura pesada, que não poupa nas críticas como por exemplo a ‘Charlie Hebdo’”, finalizou o caricaturista amazonense.
Entenda o personagem
Coringa é um vilão da trama da graphic novel ‘Batman’, criação da DC Comics norte americana em 1939. Na história original, a personagem é um palhaço caricato e por vezes canastrão. Já na versão cinematográfica estrelada por Joaquim Phoenix de 2019, o Coringa é um homem socialmente excluído e mentalmente torturado.
Com distúrbios de realidade, recalques vingativos, mania de grandeza e postura genocida, o palhaço assume uma personalidade agressiva e criminosa, capaz de vitimar sem remorso quem ele considera responsável pela posição emocional e social em que se encontra. O roteiro é um manifesto sobre os ‘monstros’ que nascem na indiferença do excludente sistema capitalista em que vivemos.