Casas coloridas dão vida às ruas de Anamã, a Veneza da Amazônia

As cores e o capricho das casas fazem de Anamã um lugar acolhedor (Reprodução/Claudilene Siqueira)

28 de fevereiro de 2021

10:02

Priscilla Peixoto

AMAZONAS – Em Anamã, carpinteiros são artesãos e casas são obras de arte. Por conta da cheia do rio Solimões com duração de três meses, o município do interior do Amazonas é popularmente conhecido como a “Veneza da Amazônia”. O fenômeno faz moradores construírem “casas flutuantes” coloridas para enfrentar as dificuldades da vida sobre as águas.

Na cidade as cores vibrantes compõem um ar pitoresco as casas. Lá não existe sequer uma casa igual a outra, algumas podem até ser semelhantes, mas um detalhe no enfeite da janela ou na porta já é o suficiente para dar um padrão de exclusividade.

As cores, formas e detalhes embelezam a modesta cidade de Anamã. (Reprodução/Z Leão)

As residências da cidade se dividem de acordo com o território. Algumas estão fixadas em terra firme, outras são flutuantes por conta de estarem na da beira do rio. Nesse caso, essas casas têm as “canelas altas”, desenvolvidas justamente para superar as adversidades da cheia.

Vaidade

Os moradores de Anamã ostentam apenas uma só vaidade: a de ter as casas de madeira mais lindas do Amazonas, que além de varandas, têm espaços disponíveis para “atar” a rede e assim praticar o tradicional cochilo depois no almoço.

A cores vibrantes se misturam ao verde soberano da Amazônia (Reprodução/Priscila Peixoto)

Aliás, são nas redes coloridas e bordadas que as avós descansam enquanto navegam nas redes sociais por meio dos smartphones, todas rodeadas por curumins e cunhatãs. No local, as crianças se divertem aproveitando a paisagem.

Em alguns momentos, a natureza compõe a beleza da arquitetura construída pelos homens (Reprodução/ Claudilene Siqueira)

Puxadinho

Por falar em curumins, com o crescimento familiar não faltam os “puxadinhos” em Anamã. Dessa forma, as casas mantêm assim o cordão umbilical entre a mãe zelosa, que não quer se separar do filho bajulado e as casas flutuantes da cidade.

As “casinhas coloridas” quase formam quadros ao ar livre (Reprodução/Z Leão)

Simplicidade

Ah! E não venha dizer que lá as casas são “simples”, pois tanta exclusividade no modelo, cores e formatos do “habitat”, tornam o anamaense, o caboclo amazonense “pávulo” com a arquitetura das residências.

A simplicidade e o capricho se misturam (Reprodução/ Claudilene Siqueira)

Dessa forma, as cores, detalhes, formas, bem como os tamanhos, simplicidade e capricho compõem a ambientação dos lares. Difícil é dizer qual a habitação mais bonita, pois lá quase toda arquitetura é quase um cartão-postal.