CENARIUM participa de live para debater importância de noticiar saúde mental indígena

Texto estabelece marco temporal para demarcação e é contestado pela oposição e por líderes indígenas. (Divulgação/ EBC)

22 de setembro de 2021

15:09

Victória Sales – Da Cenarium

MANAUS – A Agência Cenarium vai participar, por meio da jornalista e diretora-executiva da empresa, Paula Litaiff, de uma live da Fundação Estadual do Índio (FEI), na próxima quarta-feira, 29, sobre a importância de noticiar a saúde mental indígena. Além da agência, a psicóloga e terapeuta holística Lucia Neves também irá participar do evento. As inscrições podem ser feitas pelo link disponibilizado pela fundação.

De acordo com Paula, a saúde mental indígena é um assunto muito delicado. “Quando falamos em saúde mental, trazemos a tona um assunto de muita relevância. E a pauta indígena, principalmente sobre os direitos desses povos, sempre esteve e estará presente na CENARIUM, pois precisamos entender que este povo é a raiz do Brasil”, relatou.

A diretora-executiva ressalta ainda que nesse contexto, da saúde mental, é preciso entender que os povos indígenas foram muito castigados neste período de pandemia de Covid-19. Por isso, se cada vez mais jornalistas, comunicadores, colocarem em pauta essa questão, mais políticas públicas sérias e efetivas serão postas em prática.

O coordenador do evento, Amaury Ferreira, destaca que, em virtude do Setembro Amarelo, foi iniciada uma campanha voltada para uma série de vídeos que possa levar conhecimento, principalmente, ao público indígena sobre o assunto que muitos não conhecem. Com isso, foi sugerido a realização de uma live com palestras para que o tema possa ser mais explorado.

Ferreira afirma que na fundação existe o atendimento psicológico aos indígenas, em reunião com a psicóloga que atende. “Alinhamos os pensamentos e decidimos proporcionar uma live que possa alcançar um público que ainda não tinha o conhecimento desse atendimento. Com isso, vimos como é importante divulgar esse tema no público indígena, pois há ainda uma grande maioria que não acredita nos problemas psicológicos que existem”, explicou.

“Nessa mesma linha de pensamento, buscamos inserir no tema principal um secundário, o que nos levou a convidar a jornalista da Agência Cenarium, que possui um caderno voltado ao público indígena. Assim, poderemos estender mais os temas a serem explorados”, disse o coordenador. Amaury destacou também que essa é a primeira vez que ocorre a live e que pretende fazer outras com outros temas.

Suicídio indígena

Em matéria exclusiva feita pela CENARIUM, é possível perceber, com base em dados divulgados pelo Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, o registro de 133 suicídios em todo o Brasil em 2019. Sendo 32 casos a mais que os casos registrados em 2018. Entre os Estados com maior número de ocorrências estão: Amazonas e Mato Grosso do Sul, com 59 e 34 mortes, respectivamente. Os dados de 2021 ainda não foram contabilizados.

O relatório destaca que em 2019 foram registrados 256 casos de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais. Esse total é mais do que o dobro do número registrado em 2018, quando tivemos um total de 111 casos. No ranking dos Estados com maior número de invasões em Terras Indígenas (TI), o Amazonas ocupa o primeiro lugar na lista, com 56 registros e Maranhão com 42 registros.

“O governo federal incentiva o pessoal do agronegócio a queimar e a ocupar área irregularmente. Pouco tempo atrás, o presidente Bolsonaro disse que iria regularizar toda pessoa que tivesse dentro de terra demarcada em área de proteção ambiental, portanto, o governo federal está patrocinando essas atrocidades, estamos vendo animais mortos, pessoas perdendo casas e aldeias sendo queimadas, tudo isso por conta da política criada e gerenciada pelo próprio presidente”, disse o advogado e representante da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo.