Com avanço da Covid-19 no exterior, Justiça analisa pedido para cancelar festa de Réveillon, em Manaus

Pedido lembra da variante Ômicron e do show do cantor Luan Santana, na praia da Ponta Negra, em Manaus (Marcio James / Semcom)

01 de dezembro de 2021

18:12

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em meio ao avanço da Covid-19 em países da Europa e do aumento de casos da variante Ômicron, que vem causando preocupação em todo o mundo, a Justiça do Amazonas analisa um pedido para cancelar a megafesta de Réveillon, em Manaus, que terá como atração principal e pelo valor de R$ 600 mil o cantor Luan Santana, na praia da Ponta Negra.

A ação popular foi proposta na segunda-feira, 29, pelo vereador Rodrigo Guedes (PSC), e está sob análise da juíza Etelvina Lobo Braga, da 3ª Vara da Fazenda Pública. No documento, o parlamentar fala sobre uma possível nova onda de Covid-19 na capital, principalmente, causada pela Ômicron e lembra de outras cidades que já cancelaram o Réveillon e ainda o Carnaval de 2022.

“Eu penso que o prefeito precisa ser prudente com a vida da população. Não se brinca com a vida das pessoas e com a saúde pública. Certamente, os outros prefeitos que já cancelaram o Réveillon, e com certeza virão outros cancelamentos, não fizeram isso por impulso. Eles fizeram para preservar a vida das pessoas, dos cidadãos. Nós iremos pagar para ver? Tem uma nova variante que a gente ainda não tem informações sobre ela e não sabemos o que pode acontecer. “, declarou à CENARIUM o vereador.

Guedes destaca ainda que não se sabe se as vacinas contra a Covid-19 usadas no Brasil são eficazes com a nova variante chamada Ômicron. Detectada pela primeira vez na África do Sul, a Ômicron representa um “risco muito alto” de surtos de infecções que podem gerar consequências graves pelo mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A gente não pode fazer da vida humana um laboratório de experiência. É melhor preservar, porque cada vida importa”, reforçou Rodrigo Guedes. Como alternativa para não afetar os artistas locais e de quem trabalharia nas festas de fim de ano, o vereador propõe que seja feito o pagamento de cachê a essas pessoas por outros serviços prestados.

Dobro do valor

O show do cantor Luan Santana, em Manaus, foi anunciado em novembro deste ano pelo prefeito David Almeida (Avante). Somente após ser criticado por falta de transparência e publicidade sobre a quantia de recursos públicos necessários para custear o show e as festas de fim de ano, a prefeitura afirmou que gastaria em torno de R$ 600 mil pela apresentação do artista e o total de R$ 10 milhões pela festa da virada.

“Especialmente em relação ao cantor Luan Santana, a prefeitura de Manaus pagará praticamente o dobro do cachê cobrado recebido usualmente pelo artista em outros shows no Brasil, conforme faz prova as matérias jornalísticas e contrato de prestação de serviços ora acostados”, destaca Guedes, em trecho da ação popular.

Para o vereador Rodrigo Guedes, “destinar R$600 mil sem qualquer transparência e publicidade com artistas nacionais, incentivando aglomerações que põe em risco a vida e a saúde dos cidadãos, não parece fazer sentido para o momento vivido no cenário nacional, quiçá municipal”.

Veja a Ação Popular: