Comércio varejista do Amazonas registra crescimento de 13,2% em maio, segundo IBGE

Ao todo, 71.958 pessoas já passaram pelo período de quarentena (14 dias) e se recuperaram da doença. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

09 de julho de 2020

11:07

Bruno Pacheco

MANAUS – O Amazonas registrou um crescimento de 13,2% no setor do comércio em maio deste ano, em comparação ao mês anterior. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nessa quinta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em todo o Brasil, o volume de vendas do varejo cresceu 13,9%. Este é o maior crescimento desde o início da série histórica, em janeiro de 2020. O instituto diz, no entanto, que a alta foi insuficiente para o setor recuperar as perdas de março e abril, que refletiram os efeitos do isolamento social para o controle da pandemia do novo Coronavírus, vírus que já infectou 80 mil pessoas no Amazonas e 1,7 milhão em todo o País.

A pesquisa mostra ainda que o volume de vendas do comércio varejista ampliado subiu 19,3% em maio, comparando com o mês anterior. Mas, em relação a 2019, o setor registrou uma queda de 17%. O acumulado de 2020 é de -7,7%, com alta de 1,8% nos últimos 12 meses.

De acordo com o supervisor de disseminação de informações do órgão no Amazonas, Adjalma Nogueira Jaques, em síntese, o aumento serve apenas para dizer que o comércio vendeu um pouco mais, uma vez que a queda de abril foi de 15,6%. Peças, veículos e material de construção, que cresceram 17,8% em relação ao mês anterior, alavancou ainda mais o bom desempenho do setor.

Por outro lado, na comparação com maio do passado, a queda nas vendas do varejo atingiu 12,4%. Com isso, o acumulado do ano reduziu para 3,6%, agravando ainda mais o desempenho negativo do comércio em 2020.

“Temos duas comparações, a do mês de maio em comparação com o mesmo período de 2019 e a que de maio em relação a abril deste ano, é aí que o nosso desempenho está bom. A coisa boa é que o comércio consiga vender mais do que vendeu no mesmo período do ano passado. Para isso acontecer, certamente que isso acontecerá com o tempo, há toda uma circunstância envolvida. Não basta o comércio abrir as portas”, explicou Adjalma Nogueira.

O supervisor enfatiza ainda que, mesmo com o desempenho inferior em relação ao ano passado, a tendência é que haja melhoras nos meses seguintes. “Mas é necessário que a atividade se recupere das perdas dos primeiros meses de 2020 para que volte a crescer de forma consistente”, pontuou.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio/AM) também acredita que os resultados para os próximos meses também sejam positivos. Segundo o vice-presidente do órgão, Aderson Frota, alguns segmentos do setor podem registrar aumento de 17% a 20% nas vendas.

“Pelos levantamentos e feedbacks de, pelo menos, 100 empresários, o resultado vai ser espetacular na venda, com certeza muito acima em relação a comparação de maio sobre abril. Os segmentos podem chegar a 17% ou 20% na venda”, afirmou.

O economista explicou que com o início da pandemia, o comércio ficou fechado e muitas empresas perderam o capital de giro, mesmo assim, continuaram pagando impostos, aluguéis.

“Muita gente teve até que dispensar alguns colaboradores, suspender contratos ou reduzir jornada de trabalho para poder realizar pagamentos. Quando o governo estabeleceu os ciclos de retomada do comercio, deu uma vida nova ao setor, e a coisa começou a andar novamente. Naquele primeiro de junho, houve uma euforia para as compras e os comerciantes começaram a sair do estado de preocupação, melancolia, desespero”, relatou Frota.

Nacionalmente

Conforme o IBGE, todas as oito atividades observadas no comércio varejista registraram taxas positivas na passagem de abril para maio. “Entre as que apresentaram maior crescimento percentual estão Tecidos, vestuário e calçados (100,6%), Móveis e eletrodomésticos (47,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (45,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (18,5%). Já o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tinha recuado em abril, cresceu 7,1% em maio”, diz o instituto.

O comércio varejista ampliado, que inclui também as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material e construção, cresceu 19,6% em relação a abril, descontando parte da queda dos dois meses anteriores. A atividade Veículos, motos, partes e peças cresceu 51,7%, enquanto Material de construção registrou 22,2%.

Crescimento nas capitais

A pesquisa mensal mostra ainda que as 27 unidades da federação tiveram crescimento no volume de vendas do comércio varejista na passagem de abril para maio. Entre os maiores destaques estão Rondônia (36,8%), Paraná (20,0%) e Goiás (19,4%).

No comércio varejista ampliado, a variação também foi positiva nas 27 unidades da federação, com destaque para Rondônia (35,2%), Rio Grande do Sul (27,9%) e Espírito Santo (27,1%).

Queda

Apesar do aumento de um mês para outro, quando comparado com maio de 2019, o comércio varejista recuou 7,2%, com taxas negativas em sete das oito atividades. A maior contribuição no campo negativo no indicador interanual veio do setor de Tecidos, vestuário e calçados, que recuou 62,5%.