15 de abril de 2020
19:04
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – A circulação de condutores nas ruas de Manaus reduziu bastante após o decreto de isolamento social por parte do governo do estado no mês de março. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus), Ralph Assayag, o consumo de gasolina na capital teve queda de 70%.
A baixa na aquisição do combustível pode levar os empresários do segmento a tomarem medidas extremas, como a demissão de parte do quadro de funcionários. E os mais afetados poderão ser os frentistas.
“Caiu em 70% [do consumo], porque também não tem carro rodando, e como não tem carro, deve ser dispensado em torno de 50% a 60% do quadro de funcionários”, afirmou Assayag à Revista Cenarium.
De acordo com o presidente da CDL Manaus, com a população consumindo menos, o cenário econômico é cada vez mais preocupante. Em todo o estado, somente estabelecimentos essenciais estão funcionando, mas apesar disso, todos precisam seguir normas rigorosas de higiene e distanciamento social.
“Os supermercados estão fazendo algumas reduções de horários, porque as pessoas estão saindo para comprar o básico e o básico não segura uma loja. Então, é tudo muito preocupante nesse momento. Esperamos que tudo isso possa passar para que (o comércio) volte a abrir e poder ter renda, pois sem renda, para tudo. E se parar tudo, para o estado e se parar o estado, para os hospitais”, enfatizou.
De acordo com Valéria Ribeiro, gerente de um posto de gasolina na avenida Torquato Tapajós, na capital, os consumidores têm abastecido os veículos com valores menores e a frequência, realmente, tem diminuído.
“O consumidor que antes abastecia em torno de R$ 50 já não consome mais o mesmo valor. Os clientes têm procurado colocar combustível em menor quantidade”, descreveu.
Preço da gasolina teve queda de 38 %
Em nota, o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) informou que a Refinaria Isaac Sabbá – Reman, localizada em Manaus, continua operando com as unidades essenciais durante a quarentena, com tanques cheios para a abastecimento da população.
Segundo a entidade, o preço da gasolina teve queda 38% na refinaria.
“A política de compra de petróleo a preço do dólar internacional ainda continua em vigor, tendo o preço da gasolina refém do mercado internacional”, diz a nota do Sindipetro-AM.
O sindicato informou, ainda, que durante a pandemia a empresa pode priorizar a operação 100% das refinarias para a demanda local a preço justo e ainda oferecer combustível, sem custos, para os serviços essenciais.