Contra fraudes na Saúde, Polícia Federal cumpre 36 mandados de prisão em oito Estados e no DF

Os mandados da operação da PF foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. (Agência Brasil)

13 de agosto de 2020

07:08

Luís Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium

MANAUS – Suspeitos de integrarem uma organização criminosa que fraudava licitações para compra de produtos e serviços para o enfrentamento da Covid-19 em oito Estados e no Distrito Federal estão soba mira da Polícia Federal. Na manhã desta quinta-feira, 13, a PF deflagrou a operação para investigar os crimes.

A operação, intitulada Vírion, policiais cumprem 36 mandados de busca e apreensão no Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Roraima, Santa Catarina e no Distrito Federal.

De acordo com assessoria de imprensa da PF, no Amazonas, novas informações serão repassadas ao fim do dia. “Não podemos passar informações por telefones. Os agentes ainda estão em diligências e mais detalhes devem ser repassados por meio de coletiva de imprensa”, disse uma fonte da PF à REVISTA CENARIUM.

O valor das contratações suspeitas de irregularidades chega a R$ 50 milhões. O dinheiro foi utilizado na aquisição de insumos médico-hospitalares básicos, respiradores, testes rápidos, material informativo impresso e leitos em hospitais particulares.

Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Investigações

O inquérito policial indica que um ex-secretário de Saúde de Roraima teria se articulado com um deputado estadual para contratar empresas integrantes do esquema.

Eles faziam o rateio de percentuais que seriam destinados às empresas. O parlamentar solicitava a servidores que dessem andamento aos processos e pagamentos de seu interesse, inclusive cobrando pagamentos antecipados destinados às empresas do esquema. Um ex-deputado estadual também atuaria na organização.

As investigações sugerem que a organização criminosa se aproveitava da possibilidade de contratações diretas, em razão da pandemia, para facilitar os crimes.