Delegação brasileira leva pandemia a sério e tenta ‘limpar’ imagem negativa do País nas Olímpiadas
23 de julho de 2021
20:07
Linda Almeida – Da Cenarium
MANAUS – Durante a cerimônia de abertura das Olímpiadas de Tóquio na manhã desta sexta-feira, 23, a delegação brasileira foi destaque nas redes sociais por levar poucos atletas para o evento e seguir à risca os procedimentos de segurança epidemiológica. Na última quinta-feira, 22, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) decidiu levar apenas os porta-bandeiras.
Frente à imagem negativa que o País possui no mundo no que diz respeito às ações de enfrentamento à pandemia, a decisão foi assertiva. No cenário internacional, o Governo Federal e em especial a gestão do presidente Jair Bolsonaro é destaque pelo negacionismo com a doença, o escândalo da recusa na compra de vacinas e ainda pela disseminação de notícias falsas, como a recomendação de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.
Vacinação
Já em terras internacionais, o COB decidiu levar a segurança dos atletas a sério. O comitê conseguiu vacinar mais de 85% da delegação brasileira, e montou um protocolo, com a ajuda da Fiocruz, para reduzir ao máximo os riscos de contaminação nos Jogos. Já que, pelas regras, o atleta contaminado fica afastado por até 10 dias.
Durante o desfile da deleção brasileira, apenas quatro pessoas estiveram presentes: os porta-bandeiras Ketleyn Quadros (judô) e Bruno Rezende (vôlei), Marco Antônio La Porta, Chefe de Missão, e Joyce Ardies, oficial e representante dos colaboradores da entidade.
No dia anterior, ao anunciar essa decisão em nota oficial, o comitê afirmou que “levaria em consideração a segurança dos atletas brasileiros em cenário de pandemia, minimizando riscos de contaminação e contato próximo, zelando assim pela saúde de todos os integrantes do Time Brasil”.
Aglomeração internacional
Por outro lado, países tradicionais que optaram por levar delegações completas e consequentemente grandes, foram duramente criticadas, como Itália, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Nas redes sociais, ambos foram chamados de ‘os terrores da OMS (Organização Mundial de Saúde)’, em alusão ao perigo que poderiam causar aos demais atletas.
Assim como a presença de aglomerações e o não respeito ao distanciamento social, o uso da máscara não esteve presente o tempo todo. Os atletas do Tajiquistão e do Quirguistão, por exemplo, entraram na cerimônia sem o equipamento, que, em tese, faz parte do protocolo sanitário dos Jogos de Tóquio. Ao todo, segundo a organização das Olímpiadas, foram 5.700 atletas espalhados entre os 206 países.