Deputado estadual do Amazonas é alvo de operação da PF nesta segunda-feira

Operação investiga crimes como fraude em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa (Bruno Pacheco/ Revista Cenarium)

23 de novembro de 2020

07:11

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O deputado estadual Saullo Viana (PTB) é um dos alvos da Operação Ponto de Parada da Polícia Federal (PF) do Amazonas, deflagrada na manhã desta segunda-feira, 23, em Manaus, que investiga crimes como fraude em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Desde as primeiras horas da manhã, a PF cumpre quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão na capital amazonense. De acordo com as investigações, em 2017, houve licitação no município de Presidente Figueiredo (a 127 quilômetros de Manaus) para fornecimento de merenda escolar e a empresa do parlamentar era uma das concorrentes.

Os fatos das investigações dão conta de que a empresa do deputado, mesmo ganhando a licitação, ocultou o ganho. Além do parlamentar, a mulher dele também é um dos alvos. Saulo Viana não foi preso por conta do foro privilegiado.

Investigação

De acordo com o laudo técnico da perícia, diversos itens restringiam o caráter competitivo da licitação. Ficou constatado ainda que a empresa vencedora subcontratou, de maneira integral, os serviços de transporte escolar. Na ocasião, ela recebeu o montante de R$ 12.989.072,99 e gerou um superfaturamento por sobrepreço no serviço de, aproximadamente, R$ 4 milhões.

A Polícia Federal identificou que o grupo investigado realizou saques e movimentações de elevadas quantias em espécie, à margem do Sistema Financeiro, a fim de encobrir os lucros obtidos com a prática criminosa. A PF investiga, também, a participação de um empresário que atuava na cadeia de comando, auxiliado por membros da família, sendo um dos beneficiários diretos dos desvios praticados pela empresa investigada.

Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, poderão cumprir pena de até 30 (trinta) anos de reclusão.

O nome da Operação Ponto de Parada faz referência aos locais de embarque e desembarque dos alunos da rede pública que utilizam o transporte escolar.