Desemprego em alta expõe mais brasileiros à pobreza, mostra levantamento da FGV

Drama do desemprego aumentou a taxa de pobreza no Brasil (Antônio Scorza/ Agência O Globo)

13 de outubro de 2021

16:10

Cassandra Castro – Da Cenarium

BRASÍLIA – O fantasma do desemprego, que ficou mais acentuado ainda com a pandemia de Covid-19, fez com que a taxa de pobreza aumentasse em alguns Estados brasileiros e, em especial, no Distrito Federal. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas. O levantamento revela que, de todas as unidades da federação, o DF é onde ocorreu um aumento maior da pobreza em menos de dois anos. A taxa subiu de 12,9% para 20,8% do total de habitantes. Segundo o último censo do IBGE, realizado em 2010, a população total do Distrito Federal era de 2.570.160.

A professora Manuela dos Santos faz seus atos de solidariedade sem esperar nada em troca. Ela monta cestas básicas para serem distribuídas entre famílias em situação de vulnerabilidade social. Para a educadora, independente de qual governante está no poder, tem que haver algo real para as pessoas que moram na rua. Ela afirma: “Tem que haver algo que funcione, que dê dignidade, não que simplesmente os tire de um local e coloque em outro sem emprego. Tem que ter uma ‘casa de passagem’ até essas famílias conseguirem algum emprego e poderem se sustentar, ter sua própria casa”.

Ações oficiais para auxiliar moradores de rua

Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), 2.251 pessoas se declararam moradores em situação de rua no Distrito Federal, tendo os pontos de maior concentração em Taguatinga, Ceilândia, Planaltina e Plano Piloto. Em relação ao trabalho realizado com foco para atendimento de quem está nas ruas, a Sedes oferece programas e serviços e possui 28 equipes que circulam diariamente de 8h até as 22h para prestar auxílio a essas pessoas.

Os profissionais dão orientações sobre iniciativas, ações, serviços e benefícios sociais. Ainda de acordo com informações da pasta, o DF conta com 16 casas de passagem para adultos e famílias, além de seis abrigos institucionais para idosos e 40 locais para acolhimento de crianças e adolescentes.

Na opinião da jornalista Jéssica Nascimento, que também participa de projetos sociais, mesmo com uma atuação mais forte da sociedade na ajuda a essas pessoas em situação vulnerável, o problema não seria resolvido cem por cento. “As pessoas precisam de renda, educação, oportunidades. Os projetos sociais existem justamente por conta das indiferenças na sociedade. Nós ajudamos, mas não resolvemos o problema como um todo.

Para ela, se cada um fizesse a sua parte  de acordo com sua situação financeira, o problema poderia ser menor. Jessica começou fazendo ações solidárias com a ajuda de amigos e depois criou uma ONG chamada “Nós por Nós”. Atualmente, a organização conta com 200 voluntários.