Em busca de representatividade, Matell lança Barbies em diversos tons de pele e estereótipos
13 de março de 2021
18:03
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium
ESTADOS UNIDOS- A companhia estadunidense de brinquedos Mattel lançou uma coleção de bonecas Barbies com variados tons de pele, corpo e cabelos. O objetivo é promover a representatividade, inclusão e diversidade.
O lançamento tem como estilista a profissional da moda e afro-americana Shiona Turini que cuidou de cada detalhe das bonecas. Segundo Shiona, a intenção como profissional era conseguir imprimir a diversificação de maneira realista.
A inspiração, de acordo com a estilista, veio da primeira boneca Barbie negra produzida pela maior fabricante de brinquedos do mundo em 1980. A receptividade do público foi positiva e a Matell tem se destacado com brinquedos pensados a partir desta perspectiva.
Representatividade
A criação da nova coleção é a realização de um sonho não para Shiona, mas para muitas crianças negras que buscam referências também nos brinquedos e no universo lúdico que elas imergem.
“Cresci obcecada pela Barbie e, embora ela tenha sido um dos meus primeiros ícones de moda, lembro-me claramente de procurar nas prateleiras por bonecas que se parecessem comigo e voltar de mãos vazias”.
Segundo um levantamento divulgado em outubro de 2020 pela Avante – Educação e Mobilização Social no contexto da campanha “Cadê Nossa Boneca? Mostra que mesmo com a indústria dos brinquedos abrindo as portas para a inclusão e representatividade, as bonecas negras, até então, somavam apenas 7% do total das bonecas encontradas nas prateleiras e mercados on-line.
Os brinquedos também educam
Para a educadora infantil e pedagoga Francisca da Silva, 61 anos, a representatividade é de fundamental importância para os pequenos mesmo que seja na hora de brincar.
“É preciso que o mercado de modo geral se atente para esse quesito. As empresas que produzem brinquedos também não ficam de fora. Isso porque as crianças aprendem brincando o respeito a pluralidade e, passa principalmente a ter referências necessárias desde a infância”, diz a educadora infantil.
A educadora ressalta ainda a importância de uma boa interação. “Além da criança negra, por exemplo, ganhar uma Barbie negra e se reconhecer nela, por que não dar uma boneca ou boneco negro para uma criança branca também? Ou por que não ter bonecas gordas, baixas, com características da nossa realidade? O segredo é não limitar, mas estimular desde pequeno o convívio e o respeito em sociedade que é extremamente diversa – e que bom somos diferentes”, pondera a pedagoga.
“Obvio, que esses estímulos devem ser feitos com uma linguagem correta para cada faixa etária e as bonecas podem ajudar de maneira divertida nesse processo”, atenta a profissional.