Em entrevista, Braga reforça discurso contraditório sobre decreto que evitaria crise de oxigênio em Manaus

O senador Eduardo Braga entrou em contradição e não conseguiu explicar porque foi contra as medidas restritivas do Governo do Amazonas (Marcelo Camargo/ABr)

02 de novembro de 2021

11:11

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em entrevista nesta segunda-feira, 1º, a rádio BandNews, o senador Eduardo Braga (MDB) entrou em contradição e não conseguiu explicar, porque foi contra as medidas restritivas do Governo do Amazonas para frear a contaminação por Covid-19, adotadas no final do ano passado, dias antes da crise do oxigênio no Amazonas.

No dia 26 de dezembro, após o governador Wilson Lima (PSC) anunciar as medidas de circulação, o senador foi às redes sociais se posicionar contra o decreto que poderia ter freado a contaminação e evitado o colapso do sistema.

Para a rádio, o senador afirmou. “Acho que o isolamento é importante, o distanciamento é importante, mas eu acho que, acima de tudo, a conscientização é fundamental. É preciso ter essa conscientização, mas por outro lado, precisamos ter o equilíbrio de saber de que (sic) as pessoas precisam trabalhar. E para as pessoas poderem trabalhar o que nós temos que fazer? Permitir que trabalhem e quem não cumprir o uso de máscara, o distanciamento etc ser penalizado na forma da lei”, disse.

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Na sequência, o senador se contradiz. “Portanto, você não precisa, dependendo do nível em que esteja a fase de transmissão, fazer o isolamento total. Quando chegou o momento da crise da pandemia, aí você tem que meter, efetivamente, para não extrapolar a estrutura de saúde do próprio hospital. Se não você tem mais pacientes infectados do que leito hospitalar. O isolamento serve para isso”, desconversou.

Na CPI da Covid-19, Braga admitiu que já sabia do surgimento da nova variante (mais transmissível e letal), naquela ocasião (em dezembro), em que se manifestava contra as medidas de isolamento decretadas pelo Governo do Amazonas. Mesmo assim, fez campanha contra. Foi para as redes sociais e insuflou a população a não aceitar as medidas.