Em RO, gestantes e puérperas com comorbidades são vacinadas com CoronaVac e Pfizer após suspensão da AstraZeneca

Agora, as gestantes e mães que acabaram de dar à luz , em condição de risco, só serão imunizadas com Coronavac ou Pfizer. (Reprodução/Frank Néry)

14 de maio de 2021

18:05

Iury Lima

VILHENA (RO) – O Estado de Rondônia voltou a vacinar integrantes de grupos prioritários com a CoronaVac depois de entraves do Ministério da Saúde no envio de novas remessas do imunizante. Mesmo assim, a etapa atual de aplicação da vacina não vai desafogar a fila de espera pela segunda dose.

O medicamento, produzido em parceria da Sinovac e o Instituto Butantan, também será utilizado em gestantes e puérperas (mães com bebês de até 45 dias) com comorbidades, em razão do posicionamento oficial do governo do Estado, informando a interrupção imediata de aplicação da Oxford/AstraZeneca para este público. Já para as mulheres grávidas que não possuem nenhuma doença preexistente, a aplicação de qualquer vacina está suspensa.

Com a suspensão de qualquer vacina para as gestantes e puérperas sem comorbidades, apenas as mulheres que possuem receberão doses da Coronavac ou da Pfizer, substituindo a AstraZeneca, por orientação da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) aos 52 municípios.

A longo desta semana, Rondônia recebeu 8.190 doses da Pfizer e 15.200 doses da Coroavac, além de 12.500 da AstraZeneca, que foi suspensa a utilização A CoronaVac é destinada à aplicação da 2ª dose para as pessoas que aguardavam na fila. Esse é o último lote do qual o Rondônia dispõe, agora, mais um vez, sem previsão de nova remessa, já que o Butantan entregou nesta sexta-feira, 14, ao Ministério da Saúde, a última carga com 1,1 milhão de doses produzidas, devido à interrupção por falta de insumos.

O total de 27.700 doses da CoronaVac e da AstraZeneca foi dividido entre as 6 Regionais de Saúde. 8.800 ficaram na capital do Estado, das quais 4.060 são da vacina da farmacêutica chinesa, que estava em falta e, mesmo assim, não são suficientes para atender a demanda pendente. Nesta sexta-feira, devem receber a segunda dose, na cidade, idosos de 67 anos ou mais, pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas e pessoas com deficiência. A aplicação acontece  no Câmpus II da Universidade São Lucas, em dois horários diferentes: das 9h às14h para todos os que receberam  primeira dose até o dia 30 de março, e, das 14h às 17h, para os idosos que passaram pela primeira etapa de vacinação até o dia 31 do mesmo mês.

“Reforçamos e pedimos para que as pessoas respeitem o horário para evitar aglomerações e evitar confusões. A pessoa também deve se atentar ao dia da aplicação da primeira dose, para evitar vir sem necessidade ao local e não ser atendido. Observe o cartão de vacinação que foi entregue na primeira aplicação para que tudo ocorra da melhor forma”, orienta a gerente de Divisão de Imunização, Elizeth Gomes.

A Secretaria Municipal de Saúde também informou que 1.060 doses seguiram para atender ao mesmo público nos distritos da capital.

Suspensão para gestantes e puérperas

As 8.190 doses da vacina Pfizer entram, também, como alternativa de substituição da AstraZeneca em razão da interrupção temporária para gestantes e puérperas após posicionamento do Ministério da Saúde depois do caso adverso ocorrido no Rio de Janeiro. De acordo com o governo do Estado, as doses ficam restritas a Porto Velho, porque precisam de armazenamento diferenciado em baixas temperaturas, como recomendação do MS.A vacinação com comorbidades deve prosseguir com as demais vacinas contra a Covid-19, em uso no Estado, ou seja, CoronaVac e Pfizer”, explica o Diretor Executivo da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa).

Algumas prefeituras de Rondônia já haviam aderido à interrupção mesmo antes da orientação oficial da Agevisa, mas aguardavam posicionamento para saber qual vacina aplicar no lugar, como foi em Vilhena, a 705 quilômetros de Porto Velho. Na cidade, até houve aplicação para este público, imunizando 22 mulheres, no início da semana, que passam agora por observação da Secretaria Municipal de Saúde, para monitorar a possibilidade de surgimento de algum caso adverso grave, o que até agora não aconteceu.

“Olha, eu fico feliz de saber que estão verificando, até porque estamos lidando com vidas, principalmente quando uma mulher fica grávida. Todos os sonhos dela estão alí. Então, só de saber que estão averiguando, eu fico muito contente, pois, de início, eu não queria tomar justamente por causa disso. A gente não sabia se estava certo ou não, porque no começo gestante não podia tomar e depois liberaram para a gente tomar. É bom tomar algo seguro, que saibamos que não vai dar problemas futuros, nem de saúde para nós, nem para os nossos bebês”, conta a grávida Raquel Barbosa.

Raquel não se encaixa no grupo de gestantes com comorbidades, mas não se importa em esperar um pouco mais pela vacina, porque assim se sente mais segura. (Iury Lima/Revista Cenarium)

Já em Porto Velho, a AstraZeneca não foi aplicada para nenhuma gestante ou mãe que deu à luz recentemente. “Desde o início da imunização deste grupo, a indicação do Ministério da Saúde foi apenas o uso da Pfizer/BioNtech”, respondeu a assessoria do executivo sobre os questionamentos feitos pela Cenarium.

Para receber a CoronaVac ou a Pfizer, em todas as 52 cidades do estado, as gestantes e mães de bebês recém-nascidos devem apresentar exames, receitas, relatórios ou prescrições médicas para comprovar a condição de risco.