Em Rondônia, produção agrícola alcança quase 400 mil hectares; crescimento brasileiro pode chegar a 5,7%

Lavoura de soja, em Rondônia, saltaram de 348 mil para 396 mil hectares. (Reprodução/Dhiony Costa e Silva)

14 de maio de 2021

10:05

Iury Lima

VILHENA (RO) – O 8º levantamento de safra 2020/2021, feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que Rondônia saltou de 348,4 mil para 396,5 mil hectares de cultivo de soja, crescimento de 13,8% como consequência do aumento do plantio da segunda safra da leguminosa. A maioria das culturas de primeira safra estão na fase de encerramento de colheita, por isso as atenções se voltam, agora, aos cultivos de segunda safra.
A entidade compara os dados recentes com os de 2019/2020. Além disso, prevê que a produção de grãos aumente em 5,7% em todo o País. 

Hoje, a produção nacional de grãos está estimada em 271,7 milhões de toneladas, o que a companhia considera “histórico”, com quase 15 milhões de toneladas a mais que no ano passado. O salto foi impulsionado, justamente, pela soja e também pelo milho. Segundo o levantamento, o cultivo da cultura cresceu 4,2% em todo o Brasil, com 1,6 milhões de hectares de lavouras. Já a produção final deve superar 135  milhões de toneladas de soja, 10 milhões a mais que na safra passada: aumento de 8,5%.

Colheita de soja em Vilhena, RO (Dhiony Costa e Silva/Governo de Rondônia)

O País se mantém como o maior produtor do grão no mundo. Em Rondônia, o destaque fica para Corumbiara, cidade a 730 quilômetros de Porto Velho, com 147 mil toneladas colhidas em 2020, ultrapassando Vilhena, a 705 quilômetros da capital, com 142 mil toneladas. A “Cidade Clima da Amazônia”, como é conhecida, é a que mais exporta, responsável por cerca de 25% de toda a produção agrícola do Estado.

Em Rondônia, a semeadura da segunda safra começou em janeiro, logo quando a primeira colheita foi concluída. A concentração da semeadura ocorreu um mês depois, e 50% do novo plantio já está florido e com formação de grãos. “Sabemos que as condições climáticas têm sido favoráveis em várias regiões do País. Temos um aumento consistente na área de plantio, que, em muitos casos, pode compensar uma parte das perdas de produtividade”, explica o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sérgio De Zen. 

Milho

Milho chega a 200 mil hectares de plantio no Brasil. (Esio Mendes/Secretaria de Estado da Agricultura)

A companhia aponta que como houve atraso na semeadura da segunda safra de milho, a cultura deve depender do clima, mas que apresenta “percentual de desenvolvimento significativo”. O crescimento é de 7,5%, elevando a área, hoje 100% plantada, para 200 mil hectares em face dos antigos 186 mil em todo o País. 

Exportações

As exportações da soja andam bem e apresentou, no acumulado de janeiro a abril deste ano, aumento de 28% em relação ao mesmo período do ano passado. Quanto ao milho, o superintendente de Inteligência e Gestão de Oferta da Conab, Alan Silveira diz que “o quadro da oferta e demanda do milho no mundo apresenta estoques finais baixos e que isso representa que o milho brasileiro vai continuar sendo demandado”.