Enquanto Covid atenua no AM, restante do País atinge 2 mil mortes em 24 horas

Desde a primeira morte no Brasil, confirmada no dia 12 de março, passaram-se 413 dias (Reprodução/ Internet)

12 de março de 2021

21:03

Jennifer Silva – Da Revista Cenarium

MANAUS – O colapso que as redes públicas de saúde do restante dos Estados brasileiros vive neste momento já foi sentido e vivido pelo Amazonas durante longos meses. As mortes têm diminuído cada dia mais e os casos de infecção pelo novo coronavírus têm tido uma redução significativa em comparação a janeiro deste ano. Na contramão dos números do Amazonas, o Brasil atingiu mais de duas mil mortes em menos de 24 horas. Até então o maior número era do último dia 3, quando houve 1.840 óbitos por causa do coronavírus. A marca é hoje o maior registro diário do mundo, ultrapassando os números dos Estados Unidos.

Esta não foi a primeira vez em que o Brasil passou à frente dos EUA em número relativo de mortes. De maio a outubro, quando o Brasil atravessou sua fase mais aguda da pandemia em 2020, os registros diários brasileiros também superaram os americanos.

No total da pandemia, os americanos ainda são os que mais perderam pessoas devido à pandemia. Mas, neste momento, os números indicam que a situação brasileira é pior. Os EUA estão num processo acelerado de vacinação da população, já chegando a 23,8% de cobertura. O Brasil está atrás nessa corrida (apenas 3,5%) e ainda enfrenta o espalhamento da variante encontrada no Amazonas.

Medidas restritivas

Para o médico infectologista Marcus Barros, as medidas restritivas, a vacinação e a conscientização da população colaboraram para a atenuação dos casos e mortes no Amazonas. “Penso que o Brasil olhou para Manaus aterrorizado, com muito medo que isso se estendesse para todo o Brasil. Olharam tanto para nós que se esqueceram de cuidar do restante do País e acabaram chegando ao nível que estão”, observou.

“A vacinação tão rápida que o Amazonas teve também foi importante para que os casos diminuíssem. A sensibilização da população amazonense, além da vacinação foi um fator determinante para essa redução. As medidas adotadas em janeiro e fevereiro que deveriam ter sido adotadas desde o ano passado, foram muito importantes para que o quadro do Amazonas não piorasse”, esclareceu o médico.

Estados brasileiros

A alta acontece na semana em que grande parte dos Estados começou a colocar em prática medidas mais restritivas para controlar a proliferação da doença. O recorde foi impulsionado pelo aumento da contaminação no Sul e Sudeste. São Paulo registrou 517 mortes pela Covid-19 nessa terça, número mais alto desde o começo da pandemia.

Nessas regiões, o Rio Grande do Sul foi o segundo Estado com mais óbitos, com 275, seguido por Paraná (206), Santa Catarina (108) e Rio de Janeiro (95). Ceará e Bahia também tiveram números expressivos, com 108 e 103 óbitos respectivamente. No total, o País teve 272.889 mortes acumuladas pela doença, com11.277.717 casos.