Escritor amazonense Márcio Souza é internado após complicações de saúde causadas pela Covid-19

Márcio Souza é mais uma das personalidades do Amazonas diagnosticada pela Covid-19 nessa segunda onda da doença (Reprodução/ Internet)

09 de janeiro de 2021

14:01

Gabriel Abreu

MANAUS – O escritor amazonense Márcio Souza, de 74 anos, foi diagnosticado com Covid-19 na última segunda-feira, 4, e precisou ser internado em Manaus para tratar de complicações ocasionadas pela doença. Segundo informações repassadas à CENARIUM, o estado de saúde do escritor é estável e se encontra internado em uma unidade de saúde privada do Amazonas.

Leia mais: Personalidades amazonenses integram mais de 200 mil infectados pela Covid-19 no Estado

“Na madrugada, conseguiram um leito em uma enfermaria para ele. Agora, está dormindo, já se alimentou, ainda está precisando da ajuda de oxigênio, mas não está entubado. Na verdade, o oxigênio é só para ajudar no cansaço. Estou esperando o médico do dia passar e ver o real estado clínico dele”, informou o produtor Robson Medina que está acompanhando Márcio na Unimed Manaus.

Perfil

Márcio Gonçalves Bentes de Souza é jornalista, dramaturgo, editor, roteirista e romancista amazonense. Começou a trabalhar como crítico de cinema no jornal O Trabalhista, do qual seu pai era sócio. Em 1965 assumiu a coordenação das edições do governo do estado do Amazonas, mas, logo em seguida, deixou a cidade para estudar Ciências Sociais, de início, em Brasília, depois em São Paulo, onde ingressou Universidade de São Paulo (USP).

Perseguido pela ditadura militar, interrompeu os estudos em 1969 e começou a vida profissional no cinema, como crítico, roteirista e diretor. Na dramaturgia, escreveu peças como As folias do látex e tem piranha no pirarucu. Como roteirista, é autor, entre outros, de Rapsódia Incoerente, Prelúdio Azul, e Manaus Fantástica.

Esteve preso em 1966 pela exibição da peça francesa A idade do ouro; em 1969 e 1972, em virtude de sua militância política. Além disso, teve censurada a sua peça Zona Franca, meu amor. Regressou a Manaus em 1972, onde passou a integrar o Teatro Experimental do Serviço Social do Comércio – Tesc/Sesc, grupo que discutia temas ligados à cultura local.

No ano de 1990, exerceu o cargo de diretor do Departamento Nacional do Livro e foi também presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) entre 1995 e 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Ocupou ainda a presidência do Conselho Municipal de Política Cultural da cidade de Manaus.

Foi professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth. Como palestrante foi convidado pela Sorbonne, Heldelberg, Coimbra, Universidade Livre de Berlin, Harvard University e Santiago de Compostela. É membro da Academia Amazonense de Letras.

Outras personalidades

Nessa nova onda de casos de Covid-19 outros artistas amazonenses também já foram acometidos pela doença. Personalidades do cenário cultural do Amazonas integram o momento mais grave da pandemia no Estado – a fase roxa – que, de acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), ultrapassou 208 mil casos confirmados e mais de cinco mil mortos.

Nomes como do levantador de toadas David Assayag e da cantora do Boi Garantido, Márcia Siqueira; e Zezinho Correa, do Grupo Carrapicho, compõem a lista. Além deles, a atriz Rosa Malagueta, a cantora Roci Mendonça; e o cantor e compositor Enéas Dias. No campo institucional, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Mário de Mello, e a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto.