08 de outubro de 2020
18:10
Náferson Cruz – Revista Cenarium
MANAUS – Plasmodium falciparum, o mais letal parasita transmissor da doença da malária está atingindo de forma drástica os moradores do município de São Gabriel da Cachoeira, a 1.105 quilômetros de Manaus, em sua maioria indígena. O panorama epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) aponta para 7,4 mil casos de indígenas com malária no município, somente este ano. Do tipo falciparum são 2.164 casos, o que representa 31% do total registrado.
Os índices, segundo a FVS-AM, estão muito acima de 10%, percentual considerado como aceitável de ocorrências da doença tipo falciparum na Amazônia Legal. Para conter o avanço veemente da moléstia, uma equipe da FVS-AM se deslocou para São Gabriel da Cachoeira.
Um diagnóstico situacional do surto de casos de malária está sendo elaborado por especialistas da doença com a finalidade de recomendar medidas emergenciais de controle.
Com os altos índices, o município situado no extremo Noroeste do Brasil volta a assumir o ranking de malária no País, após a crise da doença que assolou a cidade há dois anos. Outros dois municípios do Alto Rio Negro, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos também ocupam a lista dos dez com mais casos de malária em 2020 no Brasil.
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), do povo Baré, diz que a situação está ‘insustentável’ na região e que exige empenhos urgentes das instituições públicas responsáveis.
Fora da curva acentuada de São Gabriel da Cachoeira, o Amazonas apresentou queda de 20% nos casos de malária de janeiro a setembro de 2020. No ano passado foram registrados 50.342 casos, contra 40.263 em 2020, segundo a FVS-AM.