Feministas e conservadoras analisam projeto de Damares para incentivar adesão feminina nos poderes
27 de agosto de 2020
19:08
Carolina Givoni – Da Revista Cenarium
MANAUS – Participantes de movimentos feministas de esquerda e direita fazem avaliações sobre o projeto instituído pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), que visa maior inclusão de mulheres na política, em cargos eletivos, de poder e decisão. Damares Alves, ministra do MMFDH, assinou a portaria Nº 2.027 que institui o “Mais Mulheres no Poder”, programa deve durar dez meses a partir da publicação nesta quinta-feira, 27, no Diário Oficial da União (DOU).
Para a Executiva de Soluções e Negócios, Ana Vinente, 28 anos, o projeto sozinho pode não atingir o objetivo esperado. “A proposta é boa, mas na prática não adianta. Muitas mulheres são coligadas [Em partidos] apenas para preencherem a cota feminina obrigatória. Não adianta nada sem uma reforma política, em paralelo. Porém, pode ser uma alternativa paliativa neste momento tão crítico”, explica a feminista de esquerda.
Já a servidora pública, Marcela Novaes, de 32 anos, acredita que por conta do projeto ser de origem da própria ministra, a tendência pode ser de aplicação rápida de resultados. “Sabemos que não tem sido fácil para o governo federal avançar em propostas. Ao menos parece que dessa vez, existe um interesse real para maior participação das mulheres, lamento que seja apenas por dez meses”, completa a feminista de direita.
Objetivos
Entre os objetivos propostos pela iniciativa estão “estimular a participação política, democrática e igualitária das mulheres em cargos eletivos e nos espaços de poder e decisão”; assim como “promover e fortalecer o conceito de cidadania participativa no sistema democrático igualitário, por meio do debate sobre o papel da mulher nos espaços políticos e de liderança”, diz trecho.
Ainda não foram estabelecidos os calendários de atuação do projeto, que deve firmar convênios, termos de compromisso, acordos de cooperação, bem como protocolos de intenções, termos de execução descentralizada.
E ainda ajustes ou outros instrumentos congêneres com órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, distrital e municipal, bem como com entidades privadas para atender as propostas incluídas na resolução, que visam “estimular a participação de mulheres nas instâncias decisórias das entidades representativas de classe, iniciativa privada e movimentos da sociedade civil organizada; e “incentivar a promoção de políticas públicas de combate a todas as formas de violência política e social contra a mulher”.
A publicação completa pode ser acessada por meio do link do DOU.