Incêndios atingem Parque Guajará-Mirim e força-tarefa é criada para combater focos

Imagem mostra fogo consumindo área de vegetação na região (Divulgação)

03 de setembro de 2024

22:09

Camila Pinheiro – Da Cenarium

Porto Velho (RO) – O Parque Estadual Guajará-Mirim, um dos principais refúgios de biodiversidade em Rondônia, está sendo devastado por incêndios florestais há quase dois meses. A situação crítica resultou na criação de uma força-tarefa de órgãos estaduais e federais para combater as chamas. O coordenador da Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC), Daniel Souza, disse à CENARIUM que mais de 200 agentes estão empregados na ‘Operação Temporã’.

A força-tarefa foi articulada Ministério Público de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA) e conta com a participação de diversos órgãos que atuam no combate aos incêndios. A operação conta com efetivos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Polícia Federal (PF), Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Comando de Fronteira do Exército, Secretaria de Desenvolvimento Ambiental, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Politec.

Incêndio atinge parque estadual de Rondônia (Divulgação)

Além de apagar as chamas, a operação também atua para reunir provas que possam levar à responsabilização criminal dos envolvidos na deflagração dos incêndios.

A Sedam labuta diuturnamente para conter os incêndios florestais que ocorrem nas unidades de conservação. O Parque Estadual de Guajará Mirim contém mais de 200 servidores empregados a fim de cessar todo o foco de calor dentro da unidade”, disse Daniel.

Os incêndios já consumiram uma área significativa do parque, que possui aproximadamente 220 mil hectares. Imagens de satélite e aéreas mostram a dimensão da fumaça e das chamas, além dos pontos de foco do fogo. A devastação afeta diversas espécies de flora e fauna, algumas ameaçadas de extinção que estão concentradas no interior do espaço atingido pelas chamas.

Queimadas resulta em fumaça que encobre cidades do Estado (Divulgação)

De acordo com os agentes, garrafas de combustíveis foram encontradas próximo aos focos de incêndios, indicando que estas práticas são criminosas e organizadas. O promotor Pablo Viscardi afirmou que já existem linhas investigativas nesse sentido.

As queimadas que atingem o Parque Estadual Guajará-Mirim são mais um grave episódio de crimes ambientais que assolam Rondônia e tem prejudicado a qualidade de vida população, e também o deslocamento, com voos cancelados e os transportes terrestre e aquático prejudicados pela baixa visibilidade.

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Editado por Jadson Lima