Jornalistas, professores e outras categorias ganham direito à vacinação contra Covid-19 em Porto Velho

Lei municipal prevê planejamento para vacinar jornalistas contra a Covid-19.(Reprodução/Prefeitura de Porto Velho)

13 de maio de 2021

18:05

Iury Lima

VILHENA (RO) – Jornalistas, professores e servidores das pastas de Assistência Social e Obras municipal, além de farmacêuticos, garis e portadores de deficiências ganham direito à vacinação contra Covid-19 em Porto Velho. O feito proposto pelo vereador Everaldo Fogaça (Republicanos) e sancionado pelo prefeito Hildon Chaves (PSDB) tem objetivo de viabilizar a imunização, incluindo os profissionais como integrantes do grupo prioritário.

A lei considerou o alto índice de mortes de jornalistas da cidade e, para debater sobre o assunto, a Câmara Municipal se reuniiu com profissionais da área da comunicação e filiados ao Sindicato de Jornalistas de Rondônia (Sinjor) para demonstrar preocupação e iniciativa de intermediar a causa. A proposta é ajustar com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o recebimento de novos lotes, em quantidades suficientes, que possam atender, também, a este público que enfrenta todos os dias o risco de contágio.

“Sancionamos a Lei proposta e verificaremos quais os ajustes que devem ser feitos para atender a categoria. Ela é responsável por levar a verdadeira informação à população. Não existe sociedade e estado democrático sem uma imprensa livre, atuante e comprometida com a verdade”, enfatizou o prefeito. Já, o Sinjor pedia pela vacinação imediata dos profissionais de veículos de imprensa que possuem o DRT, registro que regulamenta a prática. 

Prefeito Hildon Chaves (PSDB) debate a aprovação da lei com o Sindicato de Jornalistas de Rondônia (Reprodução/Sinjor)


“A lei traz a provocação saudável para o debate e a necessidade de atendimento. É um compromisso da prefeitura, mas não é possível garantir resultados imediatos por não haver vacina disponível e o PNI tem sofrido atrasos na distribuição”, explicou, lembrando a escassez de doses, principalmente da CoronaVac, que o Estado tem enfrentado. O presidente do sindicato, Antônio Cavalcante, diz que a entidade fará uma lista de profissionais da capital e do interior, conforme a idade, para organizar a vacinação dos jornalistas sem prejuízo ao cronograma de imunização dos grupos prioritários atendidos.

A lei nº 2.805/2021 também contempla professores e outros profissionais da educação, servidores do Centro de Referência de Assistência Social (Cras); do Conselho Tutelar e abrigos; da Secretaria Municipal de Obras; além de farmacêuticos; garis e portadores de deficiência física.

Vozes que se calaram

Até agora, Rondônia perdeu 14 jornalistas para a Covid-19. A vítima mais recente foi Cléo Subtil, aos 47 anos de idade, com mais de duas décadas de carreira. Deixou um legado marcado pela inspiração aos estudantes de jornalismo do Estado e iniciantes da área.

Cléo Subtil começou a carreira na Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, onde permaneceu por mais de 20 anos. (Reprodução/Rede Amazônia)

Cléo, que começou como repórter, se tornou uma das mais importantes figuras da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, em Rondônia, onde chegou ao cargo de editora-chefe dos telejornais. Atualmente, estava ligada à assessoria de comunicação da Prefeitura de Porto Velho. A jornalista passou 14 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e estava internada desde o dia 20 de abril. Ela morreu em 5 de maio, dois dias depois de perder o esposo, também, para a Covid-19.