Livro infantil traz pequeno indígena Sateré Mawé como herói da Amazônia

Autora e produtora, 'Cadú...' é a primeira incursão de Lívia Prado no mundo da literatura (Reprodução/Divulgação)

19 de dezembro de 2020

18:12

Mencius Melo

MANAUS – A jornalista, diretora e escritora Lívia Prado lançará no próximo dia 29 de dezembro, a obra literária de ficção infantil ‘Cadú e a Bactéria Verde’. O lançamento acontecerá às 16h no Centro Cultural Palácio Rio Negro, localizado na rua 7 de Setembro, 1546, Centro de Manaus. O evento será voltado para a imprensa e convidados.

‘Cadú e a Bactéria Verde’ narra a história de um pequeno ‘curumim’ do povo Sateré Mawé, que habita a região dos rios Andirá e Marau, no interior do Amazonas. Cadú, como assim é chamado, foi encontrado sozinho na floresta por um casal de pesquisadores. Da floresta é levado para ser criado na cidade grande nos hábitos e comportamentos do homem branco.

Escritora, jornalista, produtora e ativista cultural. Lívia Prado é uma das personalidades da arte amazonense (Reprodução/Divulgação)

Passados alguns anos, os pais adotivos de Cadú retornam à selva e o pequeno menino ‘urbano’ os acompanha na expedição. Na volta à floresta a personagem, como não poderia deixar de ser, inicia um processo de reconexão e reaproximação com seu mundo original. A mística do ret0orno é explicada no fato de Cadú possuir uma bactéria que pode mudar o mundo.

Outro olhar

“O Cadú traz para o imaginário infantil esses contos místicos, por que dessa forma, as crianças comecem a perceber nossa atual realidade e tratar isso com outro olhar, de como os nossos indígenas precisam de ajuda e tem que ser agora, tem que ser urgente!”, convocou a escritora que buscou nas viagens à terra de seus ancestrais familiares a inspiração.

Indicado para crianças da faixa etária do ensino fundamental, a obra nasce da vontade da escritora em introduzir no universo infantil referências para promover a educação ambiental em sua formação didática. O livro de ficção infantil será lançado em formato físico e em áudio-book e será distribuído gratuitamente para escolas públicas e bibliotecas de Manaus. 

“Tenho vários personagens prontos, que são protetores da Amazônia e em breve irei transformar em animação seriada. São 100 crianças especiais, escolhidas por Tupã com a missão de equilibrar o homem e a natureza”, adiantou Lívia Prado. O prefácio de ‘Cadú e a Bactéria Verde’ é assinado por Dori Carvalho e o escritor relata que Cadú é uma obra literária que mistura a realidade e a fantasia.

Sobre Lívia Prado

Lívia Prado é uma ativista da arte no Amazonas. Cantora sensível e produtora competente, Lívia já lançou os álbuns ‘Duzir Vº1’ e ‘Duzir Vº2’. No início dos anos 2000, Lívia assumiu a direção da então Fundação Villa-Lobos, que mais tarde viria a ser a atual Manauscult. Com apoio e enorme carinho da classe artística da cidade, Lívia criou um programa de fomento e apoio à produção dos artistas locais.

Conhecido como ‘Valores da Terra’, o projeto a tornou uma das mais bem-sucedidas, quiçá a mais bem-sucedida experiência de política pública para a arte no Amazonas. Foram dezenas de álbuns gravados, shows produzidos e projetos viabilizados. O sucesso do ‘Valores da Terra’ foi tanto que quase 20 anos depois ele ainda é referência entre os artistas da capital do Amazonas.