Mães de pet: mulheres destacam afeto e carinho pelos animais de estimação

O amor e o afeto entre seres humanos e animais estabelece uma relação maternal (Divulgação/Arquivo pessoal)

09 de maio de 2021

15:05

Matheus Pereira

MANAUS – O segundo domingo de maio é o dia em que os filhos preparam um dia especial para suas mães e para aqueles que já perderam as suas, as homenageiam como podem. Desde a gravidez, o laço de maternidade é construído e levado até as demais fases da vida. Mas e quando a relação é entre seres humanos e animais? O Dia das Mães também se estende às chamadas mães de pet? Se depender do cuidado e carinho que elas têm por seus filhos peludos, a resposta com certeza será sim.

O amor e o afeto entre seres humanos e animais cria uma relação entre mãe e filho. A jornalista Gisele Coutinho afirma que tinha receio de cuidar de algum animal, mas que hoje cuida de uma gatinha e a considera como sua filha. “A Naomi apareceu na minha vida em um momento muito especial. Eu sempre tinha medo de cuidar de um pet porque eu sabia que aquilo exigia muita responsabilidade e até mesmo muito custos financeiros, mas foi inevitável. Hoje, ela me faz companhia e realmente eu sinto um afeto muito grande por ela e até a chamo de minha filha”, contou.

Gisele posa com a gata Naomi de sete meses, adotada recentemente (Divulgação/Arquivo pessoal)

Já a advogada e servidora pública Mônica Bastos conta que a família sofreu muito com a perda de uma cadela, que faleceu aos 13 anos e que sofrimento compara-se a perda de um ente querido. Mas que quatro anos depois, a família voltou a ter um integrante peludo. Mônica revela que a chegada de Billy na família foi como a chegada de uma criança.

“Hoje vemos que a nossa relação com o Billy chega a ser um laço ainda mais forte. A mudança maior foi a alegria que ele trouxe para a nossa casa. A nossa família ficou mais feliz com a chegada dele. Mais harmônica. Chegar em casa e ter o carinho dele não tem preço”.

Mônica afirma que, apesar dos custos que a criação de um cão impõe, ter Billy na família é “recompensador”. “Por mais que estejamos vindo de um dia difícil, chegar em casa e vê-lo faz com que a gente melhore no mesmo momento. Assim como uma criança, é um alto custo manter um cãozinho, financeiro e emocional, mas vale cada minuto da vida. É muito recompensador”, apontou.

A advogada conta ainda que todas as fotos em família precisam ter o Billy e que existe uma briga pela maternidade do cãozinho. “Engraçado que a minha mãe reclama a maternidade dele. Ela fala que eu não sou a mãe dela. Ela é. Que eu sou uma simples irmã”, revelou.

As fotos em família tem presença garantida de Billy (Divulgação/Arquivo pessoal)

“O amor da vida”

Outra mãe de pet é a cirurgiã-dentista Yolanda Magalhães, que desde pequena sempre teve uma ligação afetiva com os animais, mas que só passou a entender a responsabilidade de ter um animal, quando já era mais velha. Yolanda conta como foi a experiência inicial com a primeira filha peluda e afirma que é preciso muito mais do que apenas dar um lar aos animais.

“Falo com propriedade que ter qualquer tipo de animal não é pra qualquer um não. Nem todos tem aquela paciência e amor. Ganhei a minha primeira cachorra depois de adulta que se chama Pandora. E te digo com 100% de certeza que ela é o amor da minha vida (sem exagero). Ela veio pra revolucionar grande parte da minha vida. Na época que ela chegou eu estava meio ruim de saúde, e é incrível como eles sentem. Ela nunca saiu do meu lado”

Yolanda conta que os amigos e familiares dizem que Pandora é uma cópia fiel sua em relação ao humor. “Tem dias que acordo ruim e ela idem, dias que acordo feliz e ela idem e é assim até hoje. Minha bichinha é mal humorada mas é um amor de dog”.

Yolanda e a primeira filha, Pandora (Divulgação/Arquivo pessoal)

Além de Pandora, chegou à família a segunda filha de Yolanda, a Maya. A cirurgiã-dentista revela que as cadelas são totalmente o contrário uma da outra. Ela (Maya) é meio doidinha, requer 100% mais de atenção e paciência, totalmente o contrário da Pandora, se dá com todo mundo e é maluca de pedra”, contou.

Assim como Mônica, Yolanda afirma que os animais fazem diferença no dia a dia e que não tinha ideia do amor que as cadelas tinham para dar a ela. “Eu sou muito grata de ter as duas na minha vida. Passo parte do meu dia fora de casa trabalhando, mas quando chego em casa o amor que elas tem para me dar e como elas me recepcionam é algo surreal. Não sei mesmo como explicar tudo isso. Eu posso estar cansada como estiver mas todo dia é de brincadeira e elas já sabem tanto disso que, quando chego, já correm pros brinquedos para pegar e brincar”.

Trending topics

Na tarde deste domingo, 9, a hashtag #maedepet figurou entre os assuntos mais comentados do Twitter. As mães usaram a rede social para demonstrar seu amor por seus filhos peludos e celebrar o dia das mães. Além de cachorros e gatos, outros animais como hamsters e outros roedores e até macacos também deram o ar da graça na hashtag.

Todos os anos, o microblog registra tradicionalmente a discussão de ser “Mãe de Pet”. Por isso, os tweets de pessoas favoráveis e contrárias ao movimento alcançaram o trending topics do dia.

https://twitter.com/blvd_alves/status/1391438123821903878?s=20

Além do afeto

Estudos mostram que os animais influenciam positivamente o ser humano, o que reforça a relação entre os seres. Tendo em vista essa relação, animais são usados em terapias, como a terapia assistida por animais (TAA), que ajuda no tratamento de doenças e no suporte a pessoas hospitalizadas, com doenças psiquiátricas, idosos e crianças com necessidades especiais. Esse tipo de terapia busca promover o bem-estar físico, emocional, cognitivo e social, tendo o animal como um elo entre o terapeuta e o paciente.

Há ainda a fisioterapia assistida por animais, que mostra resultados significativos quando direcionada a crianças com deficiência física ou motora. Com a presença do animal, as sessões se tornam mais leves, o que possibilita a realização das atividades com menor resistência. A terapia com animais tem obtido bastante sucesso entre crianças com síndrome de down há evidências de que propicia ganhos motores e de sensibilidade e melhor interação social.