Manaus adere a protestos antirracistas contra assassinato de homem negro no Carrefour

Ato reuniu cerca de 40 pessoas em frente a unidade do supermercado no bairro Adrianópolis (Reprodução)

22 de novembro de 2020

14:11

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Manifestantes protestaram no fim da tarde desse sábado, 21, em frente ao Carrefour do bairro Adrianópolis, na Zona Centro-Sul de Manaus, contra a morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, um homem negro assassinado às véspera do Dia da Consciência Negra, 20, em uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

No protesto, que reuniu cerca de 40 pessoas, os manifestantes colocaram cartazes em frente ao estabelecimento, com frases pedindo o fim das agressões físicas contra os negros e relembraram casos de racismo no Amazonas e também de violência contra indígenas.

Protestos ocorreram em todo o País (Reprodução/Facebook/Luis Claudio Correa)

O crime

Na noite de quinta, João Alberto foi espancado e morto por dois homens brancos em Porto Alegre. As imagens da agressão foram gravadas e circulam nas redes sociais. Os dois suspeitos, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante. Um deles é policial militar e foi levado para um presídio militar. O outro é segurança da loja e está em um prédio da Polícia Civil. A investigação trata o crime como homicídio qualificado.

A morte do homem ganhou repercussão nacionalmente e mundialmente. No Brasil, milhares de pessoas foram às ruas na sexta-feira, 20, e no sábado, 21, em diversas capitais para protestar contra a morte de Freitas.

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Um dia depois do crime, o presidente Jair Bolsonaro postou uma série de mensagens no Twitter nas quais nega racismo no Brasil, diz que é “daltônico” por não ver cor de pele e em nenhum momento menciona o caso.

Vídeo

Um novo vídeo anexado na investigação policial que apura a morte de João Alberto Silveira Freitas mostra o momento em que o soldador agrediu o vigia Giovane Gaspar da Silva, antes de ser espancado nas dependências do hipermercado. Logo em seguida, João Alberto apanha dos seguranças até a morte. Conforme laudo inicial da perícia, a causa da morte foi asfixia.

O vídeo foi repassado pelo advogado William Vacari Freitas, responsável pela defesa de Silva, policial militar temporário, que foi preso em flagrante ao lado do segurança Magno Braz Borges.

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