Mapa declara estado de emergência fitossanitária em três Estados do Norte

Estado de emergência quer evitar disseminação da praga no cacau e no cupuaçu ( Divulgação Adaf/AM)

07 de agosto de 2021

10:08

BRASÍLIA (DF) – Uma portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicada, nesta sexta-feira, 6, declara estado de emergência fitossanitária para a praga conhecida como “Monilíase do Cacaueiro” nos Estados do Acre, Amazonas e Rondônia. O objetivo da portaria nº 249 é reforçar as medidas de prevenção e evitar a chegada da praga às áreas de cultivo de cacau e cupuaçu. O estado de emergência será de um ano.

Um foco da praga foi detectado no mês passado em uma área residencial urbana no município acriano de Cruzeiro do Sul. O estado de emergência incluiu o Amazonas e Rondônia por serem unidades da federação que fazem fronteira com o Acre.

A coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro, diz que a medida demonstra o reconhecimento oficial da importância do tema por parte do Ministério da Agricultura. “Isso permite uma maior mobilização de instituições públicas e privadas, de forma coordenada, em função dos prejuízos potenciais que uma determinada praga ou doença pode causar às cadeias produtivas em nível nacional”, destacou.

Como medida cautelar, o Mapa declarou o Estado do Acre como “área sob quarentena”, para prover um maior suporte para as ações de fiscalização do trânsito de vegetais, executadas pelas Agências Estaduais de Defesa Agropecuária.

Desde a confirmação da ocorrência da praga, equipes compostas por profissionais do Mapa, do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf-AC), da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron-RO), da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf-AM), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade de Brasília (UnB) estão no município acriano executando uma varredura completa na área considerada como de maior risco de detecção de possíveis focos da praga.

O diretor-presidente da Adaf-AM, Alexandre Araújo, ressalta que, desde o primeiro momento, quando foi informada sobre a suspeita do foco, a autarquia está atuando sobre a questão, em alinhamento com a Superintendência Federal da Agricultura no Amazonas (SFA/Mapa).

Reunião discute ações de combate à praga (Divulgação Adaf/AM)

“Houve reuniões com a SFA, deslocamos um engenheiro agrônomo para o município de Guajará. Ele se integrou, juntamente com a equipe de Guajará, ao grupo que atua sobre o foco no Acre. Essa interação foi de suma importância, inclusive para capacitação de nossas equipes, para conhecimento da praga e verificação das medidas sanitárias que deverão ser tomadas para que possamos conter a praga no Acre e evitar a disseminação no Amazonas”, detalhou o gestor. 

A monilíase é uma doença devastadora que afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga.