‘Não houve qualquer determinação minha para prática ilegal’, diz Wilson Lima sobre investigações da PF

Governador do Amazonas publicou vídeo nas redes sociais falando sobre o assunto. (Reprodução/Instagram)

30 de junho de 2020

19:06

Carolina Givoni e Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) divulgou um vídeo por meio das redes sociais, na noite desta terça-feira, 30, onde afirma não possuir qualquer tipo de envolvimento com supostas irregularidades na compra de respiradores no Estado.

O vídeo foi gravado onde possivelmente possa ser o gabinete do chefe do Executivo estadual. Ele retornou de Brasília, onde cumpria agenda para prestar esclarecimentos sobre a investigação da Policia Federal (PF), batizada como “Operação Sangria”, em referência à aquisição dos respiradores na loja de vinhos da capital amazonense.

“Hoje fui surpreendido com uma operação aqui em Manaus, enquanto estava em Brasília cumprindo uma agenda oficial. Apesar de surpreso eu acho importante para esclarecer esses fatos, e eu enquanto governador sou o principal interessado de que isso seja efetivamente apurado”, explica.

Ele afirmou que durante o pico da pandemia a determinação era para salvar vidas. “Havia a necessidade de celeridade nos processos para aquisições de materiais para o combate ao Coronavírus e em nenhum momento houve qualquer determinação para prática ilegal, para corrupção ou qualquer coisa nesse sentido. Portanto, estou absolutamente tranquilo e na certeza de que esses fatos serão logo esclarecido”, concluiu.

Postagem do governador, Wilson Lima.

O Governador do Amazonas, desembarcou na capital amazonense ainda na tarde desta terça-feira. O avião posou no aeroporto internacional Eduardo Gomes, por volta das 14h30. Ele não passou pelo saguão social do local. 

Além dele, a secretária de Saúde do Estado, Simone Papaiz, bem como outros subsecretários são alvos da operação que cumpriu mandados na casa do Governador e também na sede do governo, localizada na Avenida Brasil, bairro Compensa, Zona Oeste da cidade.

Mandados

Os mandados judiciais foram expedidos pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre os presos, estão: a secretária de saúde, Simone de Araújo de Oliveira Papaiz, que assumiu Susam em março; o ex-secretário de saúde, João Paulo Marques dos Santos; o ex-secretário executivo adjunto de saúde, Perseverando da Trindade Garcia Filho; o ex-gerente de compras da secretaria de saúde, Alcineide Figueiredo Pinheiro; o empresário Cristiano da Silva Cordeiro; o proprietário da empresa FJPA & CIA, Fábio José Antunes Passos, que vendeu os respiradores para a secretaria de saúde; a dona da empresa Sonoar, Luciane Zuffo Vargas de Andrade; e a sócia da empresa Sonoar, Renata de Cássia Dias Mansur Silva.

A investigação identificou compras superfaturadas de respiradores; direcionamento na contratação de empresa; lavagem de dinheiro; e montagem de processos para encobrir os crimes praticados com a participação direta de Wilson Lima.

A Polícia Federal chegou a pedir a prisão do governador, mas no despacho que autorizou o cumprimento dos mandados, segundo a TV Globo, o ministro Francisco Falcão negou e afirmou que na decisão “ao menos neste momento”, a prisão de Wilson Lima não se justifica.

No ofício da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre os fatos investigados, enviados ao STJ, ela afirma que existem indícios de que uma organização criminosa se instalou no governo do Amazonas para desviar recursos voltados à Covid-19.