No AM, prefeitura do interior cria ‘Ronda Maria da Penha’ para prevenir agressões contra mulheres

Benjamin Constant se tornou a primeira cidade a ter uma ronda municipal para atendimento às mulheres vítimas de violência (Divulgação/Assessoria)

06 de agosto de 2021

16:08

Luís Henrique Oliveira – Especial para Cenarium

MANAUS – A cidade de Benjamin Constant se tornou o primeiro município do Amazonas a ter uma ronda municipal exclusiva para o atendimento às mulheres vítimas de violência. Lançado pela prefeitura do município no Agosto Lilás, mês de combate a esse tipo de crime, o serviço Ronda Municipal Maria da Penha visa reduzir o número de registros dessa natureza.

Conforme o prefeito David Bemerguy, o serviço é de extrema importância para o município. “Em julho deste ano, a Prefeitura de Benjamin Constant entregou várias motocicletas para que as secretarias pudessem executar melhor seus trabalhos. Caracterizamos também um veículo Fiat Doblô especialmente para o Ronda Municipal Maria da Penha. Esse serviço vai aproximar a polícia da comunidade e fazer com que crimes contra as mulheres sejam prevenidos”, explicou David Bemerguy.

O serviço vai ser executado pela Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social que também recebeu 100 fardamentos novos para os servidores. “Vamos garantir os direitos das mulheres. Vamos monitorar dados e acompanhar todo o serviço de proteção da mulher e cuidado no combate contra esse tipo violência”, finalizou o prefeito.

A Ronda Municipal Maria da Penha poderá ser acionada pelo número: (97) 98454-3646. Qualquer pessoa pode realizar a denúncia e sua identidade será mantida em sigilo.

O serviço Ronda Municipal Maria da Penha visa reduzir o número de registros de violência contra mulher (Divulgação/Assessoria)

Sala de Passagem

Durante o anúncio do serviço Ronda Maria da Penha, o prefeito de Benjamin Constant também anunciou que a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social vai receber uma Sala de Passagem, que vai funcionar em parceria com a Secretaria de Assistência Social.

A Sala de Passagem vai abrigar vítimas, sejam mulheres, crianças ou adolescentes, durante um período de 24 horas, oferecendo atendimento inicial psicológico e social para essas pessoas, pelo tempo suficiente para que os abrigados sejam encaminhados para locais apropriados e autoridades competentes.

“Uma das preocupações do prefeito David Bemerguy é com a parte social da população. Quando uma mulher ou uma criança é vítima desse tipo de crime, o psicológico fica muito fragilizado podendo deixar marcas na alma pelo resto da vida e é aí que entra a Sala de Passagem, que será um espaço para que essas vítimas sejam assistidas nesse momento tão delicado”, disse a titular da Secretaria de Assistência Social, Jhonah Melly.

A Sala de Passagem vai atender mulheres em parceria com a Secretaria de Assistência Social (Divulgação/Assessoria)

No local, as vítimas receberão orientação e encaminhamento, além do acolhimento necessário à superação de situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da mulher e o resgate de sua cidadania. Vale lembrar que o local não se trata de um abrigo, mas sim uma sala adequada e confortável para o atendimento inicial.

“Somos um dos primeiros municípios do Amazonas a ter uma ronda especial da guarda municipal nesse sentido. Junto com a Assistência Social, vamos proteger e assegurar os direitos das mulheres. Também vamos monitorar e levantar dados, para acompanhar todo o serviço de proteção e cuidado no combate à violência contra a mulher, afinal, a violência doméstica constitui grave violação aos Direitos Humanos”, finalizou David Bemerguy.

Dados

Somente este ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), 667 mulheres foram vítimas de violência doméstica em todo o Estado. Em todo ano passado, foram 1.663 mulheres vítimas desse tipo de crime.