25 de dezembro de 2021

15:12

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Natal, celebrado neste sábado, 25, é um dia em que as famílias costumam se reunir para comer o que sobrou da mesa farta das ceias realizadas, e aproveitam para fortalecer os laços afetivos. Porém, muitas pessoas de baixa renda, como desabrigados, em situação de rua e refugiados não podem compartilhar das mesmas tradições. Foi pensando nisso que um grupo de voluntários da Igreja do Nazareno, em Manaus, organizou o “Natal Solidário” para distribuir refeições para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

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O ponto de distribuição fica na própria igreja, localizada na avenida Constantino Nery, bairro Presidente Vargas, zona Sul da capital amazonense. Cerca de 30 voluntários montaram 150 quentinhas com arroz, feijão, farinha, macarrão e frango, com frutas como sobremesa, para distribuir aos necessitados. A ação planeja, ainda, levar as refeições para alguns pontos da cidade conhecidos pela concentração de pessoas vulneráveis, como o entorno da Arena da Amazônia e da Praça do Relógio.

“Nós já tínhamos um projeto social até 2019 de fazer refeições durante a semana, mas por conta da pandemia a gente teve que parar. Esse é o primeiro ‘Natal Solidário’ que fazemos para contribuir com a população carente, os refugiados, que a gente sabe que no nosso contexto de Manaus tem muitos haitianos e venezuelanos, então queremos acolher essas pessoas”, explicou o pastor Esthevam Gregory.

“A gente quer passar isso para pessoas que não têm condições financeiras, não podem estar com a família, a gente sabe que nosso País está vivendo um cenário delicado. A gente está tentando dar para essas pessoas uma luz, uma esperança, para eles saberem que também estão sendo enxergados”, completou.

Trabalho voluntário

De acordo com o pastor titular da igreja, Igor Souza, os ingredientes das refeições foram adquiridos por meio de doações. Ele afirmou à CENARIUM que a caridade, neste dia, é o real significado desta data comemorativa. “No dia 25 a maioria das pessoas vai ficar em casa, comer o ‘R.O.’, comida requentada, dormir até tarde, então a gente convida a comunidade para trabalhar nesse dia. Servir as pessoas que estão marginalizadas, que não têm ajuda de nenhuma espécie. Muitas pessoas entraram para pobreza durante esse tempo, então a gente convidou moradores de rua, refugiados, para participar desse momento”, disse ele.

Pandemia de fome

Dados divulgados em outubro pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) apontaram que quase 20 milhões de brasileiros declaram passar 24 horas ou mais sem ter o que comer em alguns dias. Mais 24,5 milhões não têm certeza de como se alimentarão no dia a dia e já reduziram a quantidade e a qualidade do que comem. Outros 74 milhões vivem inseguros sobre se vão acabar passando por isso.

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No total, mais da metade (55%) dos brasileiros sofriam de algum tipo de insegurança alimentar (grave, moderada ou leve) em dezembro de 2020, segundo o levantamento. A pesquisa foi realizada em 1.662 domicílios urbanos e 518 rurais.