Produtores de abacaxi em Novo Remanso, no AM, projetam ‘exportação recorde’ após fruto receber certificação nacional

A previsão dos produtores é que safra de 2021 ultrapasse 90 milhões de frutos (Arlesson Sicsú/Revista Cenarium)

14 de julho de 2020

18:07

Thiago Fernando

MANAUS – Há mais de 50 anos o cultivo do abacaxi na região do Novo Remanso sustenta milhares de famílias localizadas no município de Itacoatiara*, interior do Amazonas. No início deste mês, o fruto conhecido por ser o “mais doce do Brasil”, recebeu selo de Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Segundo produtores, tal conquista não apenas qualifica o produto, mas também abre portas para novos mercados nacionais e internacionais.

O presidente da Associação dos Produtores de Abacaxi das Regiões de Novo Remanso, Vila do Engenho e Caramuri (Encarem), Daniel da Silva, conta que processo de certificação começou em 2015, com apoio do Sebrae/AM e após concretização, espera que a safra de 2021, possa bater o recorde registrado em 2019.

Há mais de 50 anos, o cultivo do abacaxi é a fonte de renda de milhares de famílias da região do Novo Remanso (Arlesson Sicsú/Revista Cenarium)

“Para este ano o selo ainda não vai valer, porque os produtores vão precisar passar por um processo de capacitação com instituições estaduais e nacionais. Mas nossa estimativa para 2020 é de 65 milhões de frutos, porque o mundo foi afetado pela pandemia da Covid-19. Essa quantia é um pouco abaixo do ano passado, quando produzimos quase 95 milhões. Porém 2021 promete ser um ano especial para o nosso cultivo, a safra deve ser histórica”, afirmou Silva.

O selo de IG contempla o fruto produzido nas três regiões que contemplam Novo Remanso, Vila do Engenho e Caramuri. Com a certificação, os produtores terão que seguir mais de 20 itens técnicos, entre eles, a adequação de agrotóxicos e a seleção de mudas. Além do aprimoramento do cultivo e manejo, que resultará em um abacaxi ainda mais doce e com baixa acidez.

O fruto produzindo em Itacoatiara é conhecido por seu gosto adocicado e a baixa acidez (Arlesson Sicsú/Revista Cenarium)

Para Daniel Silva, novos horizontes foram abertos pelo selo além de ser um novo aliado na preservação do meio ambiente.

“A importância do selo vem de encontro com o mercado escarço na nossa região. Agora, vamos galgar novos horizontes como o mercado nacional e o internacional. Vamos agregar valor a essa produção pelo sabor, cultura e modo de vida. Isso vai possibilitar uma melhor qualidade de vida e redução do impacto ambiental como diminuição da poluição dos solos”, frisou.

(*) Cidade a 176 quilômetros de Manaus