20 de agosto de 2021

16:08

Via Brasília – Da Cenarium

Algoritmos

Levantamento interno de uma agência de Inteligência Artificial de Brasília – que a coluna Via Brasília teve acesso – revela que a rejeição ao governo do presidente Jair Bolsonaro segue tendência de alta. Suas avaliações de ruim e péssimo alcançam 52,5% da população. Os dados indicam ainda que 24,8% dos brasileiros classificam a gestão como boa/ótima e 22,6% como regular. O algoritmo já reflete a forte atuação de perfis criados para interferir na opinião pública, relacionados à campanha pelo voto impresso e aos resultados das últimas pesquisas eleitorais. A análise contempla dados geolocalizados em 145 cidades, de todos os Estados.

Fome e insegurança alimentar

Em investigação também recente nas redes sociais, a agência captou a percepção por parte dos internautas de que a fome e a insegurança alimentar já atingem mais de 40% da população e tendem a piorar. Opositores culparam o governo, particularmente o ministro da Economia Paulo Guedes, por considerarem que ele tem sido omisso na criação de empregos, e de medidas sociais e fiscais responsáveis. Governistas contra-atacam culpando os lockdowns, no entanto, a narrativa já não convence fora da bolha bolsonarista.

Voo descendente

O voo descendente nas avaliações de Bolsonaro e de seu governo segue a mesma tendência em diversas pesquisas de opinião divulgadas nos últimos dias. Pela sondagem da pesquisa XP, com grande credibilidade junto ao “mercado”, se a eleição presidencial fosse hoje, em um eventual segundo turno, Bolsonaro perderia para todos os cinco pré-candidatos pesquisados. A grande derrota se daria contra Lula da Silva, por 32% a 51%.

Líder em rejeição

Mas não é só. Além de perder também para Ciro Gomes (32% a 44%) e Sergio Moro (30% a 36%), Bolsonaro seria derrotado por Luiz Mandetta e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. O único quesito em que Bolsonaro lidera é quanto à rejeição, com nada menos que 61% dos brasileiros afirmando que jamais votariam no atual presidente. Lula também segue com rejeição alta: 46% não votariam nele.

Impeachment cresce

Já pela pesquisa PoderData, realizada entre 16 e 18 de agosto, os que acham que o presidente Jair Bolsonaro deve sofrer impeachment são 58%, um aumento de 8 pontos em relação ao levantamento anterior, feito no começo de julho. A proporção dos que acham que Bolsonaro deve continuar no cargo caiu 13 pontos percentuais no mesmo período, de 45% para 32%. O que as diversas sondagens sugerem é que últimos movimentos de Bolsonaro na direção de maior radicalização podem manter seu núcleo duro em torno dos 25%, mas acentuam o derretimento de sua popularidade.