Retração da mineração, no Pará, puxou PIB da região Norte para ‘lanterna’ do ranking nacional, diz IBGE

Usina de processamento de S11D, no Sudeste do Pará, que usa a mineração a seco. (Ricardo Teles/ Divulgação)

13 de novembro de 2021

12:11

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Produto Interno Bruto (PIB) da região Norte foi o que menos cresceu em 2019 devido à retração da atividade econômica de mineração, no Pará. O crescimento da região foi de 0,5%, colocando-a na ‘lanterna’ do ranking nacional liderado pelo Centro-Oeste (2,1%). Os dados constam das Contas Regionais 2019, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Tocantins teve o maior crescimento (5,2%) do País, com alta de 278,2% na produção florestal, pesca e aquicultura, e crescimento do comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, acumulando R$ 39.355,9 de PIB, enquanto o Pará (-2,3%) registrou retração na economia — com PIB de R$ 178.377,0 — pelo mesmo motivo que o Espírito Santo (-3,8), que registrou PIB de R$ 137.345,6.

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“Espírito Santo e Pará apresentaram queda, influenciados pela retração da atividade de extração de minério de ferro. Coube à região Norte o menor resultado, com crescimento de 0,5 devido à queda, em volume, do Pará, estado da região com a maior participação no PIB do Brasil”, explica a gerente de Contas Regionais, Alessandra Poça.

O pouco crescimento do PIB do Norte, em 2019, destoa dos anos anteriores, segundo Alessandra. “Entre 2018 e 2019, a região Norte e a região Sul tiveram ganhos, enquanto Nordeste e sudeste perdas, e a região Centro-Oeste se manteve na mesma participação de 2018”, destaca.

(Arte: Guilherme Oliveira/ Revista Cenarium)

Nível nacional

Em 2019, o PIB do Brasil avançou 1,2% e treze unidades da federação ficaram acima da média nacional: Tocantins (5,2%), Mato Grosso (4,1%), Roraima (3,8%), Santa Catarina (3,8%), Sergipe (3,6%), Amapá (2,3%), Amazonas (2,3%), Goiás (2,2%), Ceará (2,1%), Distrito Federal (2,1%), Alagoas (1,9%), São Paulo (1,7%) e Rio Grande do Norte (1,4%).

A participação do Sudeste, no PIB nacional, continua a maior, mas recuou de 53,1% para 53,0%, influenciada por Rio de Janeiro e Espírito Santo. A economia fluminense perdeu participação devido às atividades de construção, indústrias de transformação; além dos serviços de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e informação e comunicação.

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Depois de apresentar a maior perda de participação entre as unidades da federação, por dois anos consecutivos, São Paulo registrou aumento de participação, saindo de 31,6% ,em relação ao total do PIB, em 2018, para 31,8%, em 2019. 

Os maiores acréscimos de valor adicionado bruto, da economia paulista, foram no grupo de atividades de serviços, entre elas, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e atividades profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares.