‘Se houver recurso para o ministro, ele se manifestará’, diz Queiroga sobre rejeição à indicação do ‘Kit Covid’

O Ministério da Saúde promove, a partir das 11 h de hoje (22), uma ação para estimular a população dos sete estados da Região Norte a se vacinar contra o novo coronavírus. (Divulgação/Ministério da Saúde)

22 de janeiro de 2022

20:01

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, neste sábado, 22, em Manaus, que só irá se manifestar sobre a rejeição do protocolo aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) que contraindica o uso do ‘Kit Covid’, ou tratamento precoce, em pacientes em regime ambulatorial, ou seja, que não estão internados, quando houver recurso.  

“Essa é uma decisão do secretário de Ciência e Tecnologia. Se houver recursos para o ministro ele se manifestará no tempo adequado” afirmou o ministro.

As diretrizes da Conitec, aprovadas em maio e dezembro do ano passado, eram de não usar remédios como a cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros medicamentos sem eficácia para tratar a doença – tanto em ambulatórios (casos leves) como em hospitais, quando o paciente está internado.

Ambas foram rejeitadas pelo ministério. As decisões foram assinadas pelo chefe da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto. Ele pontua, entre os motivos, “incerteza e incipiência do cenário científico diante de uma doença em grande parte desconhecida”.

A Conitec é o órgão ligado ao Ministério da Saúde responsável pelos protocolos clínicos e diretrizes de saúde. Entre os documentos ignorados, está o estudo Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid, que rejeita o uso das substâncias do ‘Kit Covid’ e de outros medicamentos sem eficácia para tratar a doença em pacientes que estão em tratamento ambulatorial ou hospitalar. As normas que regulamentam o tratamento hospitalar estavam engavetadas na pasta, desde junho do ano passado.

Ministro Marcelo Queiroga ao lado do governador Wilson Lima (Gabriel Abreu/ Cenarium)

Vacinação

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, desembarcou em Manaus hoje, 22, como parte da mobilização de ações contra a Covid-19 na região Norte do País. Durante a manhã, ele compareceu ao Sambódromo, zona Centro-Sul da cidade, onde acompanhou a imunização ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima.

A mobilização, realizada pelo Ministério da Saúde, ocorre nos sete Estados da região para promover a vacinação e a testagem em larga escala. “A região Norte merece a nossa atenção especial. É uma região continental, que tem muitos desafios, áreas remotas, cidades que o acesso não é tão simples. Só pode ser por avião ou por barco, e vocês conhecem essa realidade melhor do que eu”, destacou o ministro.

Enquanto o ministro da Saúde visitou Manaus, os secretários nacionais do Ministério da Saúde acompanharam a ação, simultaneamente, nas capitais do Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na capital amazonense, Queiroga ainda reiterou que a população precisa tomar a dose de reforço para concluir o ciclo vacinal.

“Então, não há um caminho mais eficiente para nos livrarmos dessa pandemia do que a vacinação da nossa população. E é necessário ampliar, eu estou falando novamente que é pra ficar bem amarrado segunda dose e dose de reforço. Essas são as medidas mais importantes para que nós consigamos reduzir a curva de casos e reduzir a ocorrência de casos graves e de óbitos”, defendeu o ministro.

Sobre a obrigatoriedade da vacinação, o ministro da Saúde criticou a exigência do Passaporte da Vacinação para aumentar a adesão.

“Não queremos obrigar as pessoas a tomar vacina. Queremos convencer. Esse é o melhor caminho para vencer nosso único inimigo que é o vírus. Não precisamos de tanto tensionamento, de discutir tantas questiúnculas pequenas e laterais (..) Não adianta passaporte disso ou daquilo”, afirmou.