28 de agosto de 2021

16:08

Bruno Pacheco – Da Cenarium

MANAUS (AM) – Moradores da comunidade ribeirinha Terra Firme, localizada às margens do Rio Madeira, em Rondônia, estão realizando uma vaquinha online para construir um poço artesiano. Segundo os moradores, eles estão sem água potável há mais de 12 anos, o que vem causando transtornos e doenças.

Terra Firme está a quase 200 quilômetros da capital Porto Velho e o único acesso até a região é por via fluvial. No local, segundo líderes comunitários, moravam cerca de 80 famílias, mas com a falta de energia, água potável, entre outras demandas básicas para a manutenção e subsistência da vida humana, muitos moradores deixaram o lugar, que atualmente tem apenas 26 famílias.

A moradora Maria de Fátima, presidente da Associação de Moradores da Comunidade Terra Firme, contou à CENARIUM, neste sábado, 28, que a comunidade sofre com o abandono do poder público e que eles não podem nem contar com a água do Rio Madeira, pois não serve para o consumo por conta de um garimpo na região. Ela lembra que nessa época de verão amazônico será difícil conviver com o problema.

“Há mais de 12 anos estamos em busca desse poço artesiano e ainda não encontramos nenhuma solução, porque não fomos atendidos. As famílias demoram horas para pegarem água no Rio Madeira e mesmo assim é muito difícil lá em cima para conservar as plantações, fazer nossos alimentos e por isso resolvi fazer uma vaquinha online para arrecadar dinheiro”, lamentou Maria, que faz um apelo para conseguir o recurso.

A água do rio, ainda segundo a moradora, é de difícil acesso aos moradores, pois os barrancos da região são íngremes. A solução que eles encontraram foi a construção de um poço para abastecer as famílias que ainda continuam vivendo na comunidade.

Ajuda

Para contribuir com a comunidade e ajudá-los a construir o poço artesiano, que deve abastecer 20 famílias da região, basta acessar o link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/agua-para-terra-firme e doar qualquer quantia. A meta dos moradores é arrecadar o total de R$ 22.500 para custear os gastos da construção.

Saneamento básico

Segundo um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, Rondônia pode deixar de ganhar cerca de R$ 3 bilhões em benefícios sociais nos próximos 30 anos se não universalizar os serviços de saneamento básico. A pesquisa “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento em Rondônia” faz uma análise sobre ganhos sociais, ambientais e econômicos que a infraestrutura traria ao Estado nas próximas décadas, à luz do novo Marco Legal do Saneamento Básico (Lei 14026/2020).

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – base 2019, atualmente, dos 1,8 milhão de moradores do Estado, 958 mil vivem em locais sem acesso à água potável e 1,7 milhão (94%) em locais sem coleta e tratamento dos esgotos. Os R$ 3 bilhões em ganhos sociais, ambientais e econômicos são referentes à redução de gastos com doenças, valorização de imóveis, geração de emprego e melhorias na educação.