Voluntários recolhem mais de meia tonelada de lixo despejado irregularmente em lago de Manaus

Ação reuniu cerca de 70 pessoas no último domingo, 13, e retirou cerca de 700 quilos de lixo do entorno da Marina do Davi, Zona Oeste de Manaus (Reprodução)

15 de dezembro de 2020

11:12

Bruno Pacheco

MANAUS – Um grupo de voluntários recolheu no último fim de semana mais de meia tonelada de lixo despejado, irregularmente, às margens da Marina do Davi, no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. Ao todo, segundo a Organização Sem Fins Lucrativos Igarapés Limpos, foram retiradas, ao todo, 155 sacolas de 100 a 200 litros de lixo, mobilizando quase 70 pessoas.

“Foram cerca de 770 quilos de resíduos coletados. Mobilizamos 47 voluntários e mais 20 moradores, que se dividiram em equipes menores para retirar o lixo tanto na terra como na água, navegando em 17 botes”, informou a entidade, em uma publicação nas redes sociais.

Novas ações de limpeza estão sendo planejadas pelo grupo (Reprodução)

O ‘Mutirão pelo Gigante’ começou a coleta seletiva por volta das 8h do domingo, 13, e durou ao longo de todo o dia. Por conta da pandemia da Covid-19, os voluntários precisaram estar devidamente trajados com materiais de segurança como o uso de máscaras e luvas. Além disso, foi recomendado o uso de álcool em gel, botas fechadas e protetor solar.

De acordo com um dos organizadores da ação, o publicitário Arnaldo Rocha, esta é a primeira de uma série de atividades que será realizada na cidade. Segundo ele, além de mutirão de limpeza, os trabalhos da ONG preveem cobrança aos órgãos responsáveis, integração da comunidade com o município, ecobarreiras e soluções definitivas.

Sacolas de lixo foram separadas para serem descartadas corretamente (Reprodução)

“O mutirão é o começo de um planejamento que estamos fazendo junto à comunidade. Boa parte do lixo vem do igarapé do Gigante que chega na Marina do David. Além da problemática do lixo, isso também aumenta o risco de levar animais às comunidades. O primeiro passo é mostrar para as pessoas é que o lixo é despejado pela gente e não pelos moradores”, explicou à REVISTA CENARIUM.

Segundo o publicitário, a própria comunidade também realiza mutirões de limpeza na região. Em uma publicação nas redes sociais, ele chamou a atenção para o lugar e o descaso com o meio ambiente que, segundo ele, sofre com “falsas histórias que responsabilizam os comunitários pela poluição”.

“O lixo que chega por meio do Igarapé do Gigante e desemboca por lá, causa uma série de transtornos e pouca gente se importa, porque enxergam a Marina como um local de passagem, mas também é a moradia de muita gente”, escreveu Rocha, no Instagram.

Voluntários realizaram a ação de retirada do lixo durante todo o domingo, 13 (Reprodução)

“Hoje começou uma jornada em prol da comunidade da Marina do Davi. Um lugar especial, que nos conecta com o rio e a natureza com os flutuantes que já vêm sofrendo há alguns anos com o descaso do poder público e falsas histórias que responsabilizam os comunitários pela poluição”, alertou Arnaldo Rocha. “O meio ambiente precisa de ajuda e nós somos o meio. Se comprometa”, finalizou.