23 de dezembro de 2021
18:12
Por Luciano Falbo – Editor-Executivo Substituto
O ano que se encerra, o segundo da pandemia de Covid-19, pode ser considerado um dos piores da nossa história recente. Já vítima do desleixo governamental, a saúde pública brasileira colapsou, com muito mais gente adoecendo do que se esperava numa situação emergencial como essa – cenário influenciado diretamente por ataques de Jair Bolsonaro (PL) e sua campanha de boicotes às recomendações da ciência.
O País também sofreu com outras investidas do presidente, que, seja com ações concretas ou simbólicas, ajudaram a agravar problemas históricos, como a desigualdade, o desrespeito às populações indígenas e ao meio ambiente.
Refém dessa anomalia sociopolítica, a crise sanitária culminou numa segunda onda devastadora da Covid-19 e, ao longo de 2021, vimos mais de 380 mil pessoas morrerem no Brasil.
Insuflados pelo ambiente político mais que favorável, assistimos garimpeiros desafiarem as autoridades e invadirem um trecho do Rio Madeira vizinho à maior cidade da Amazônia.
Nas áreas urbanas, custo de vida impraticável e precarização das relações de trabalho (quando há!). Nas Terras Indígenas, crianças Yanomamis desnutridas.
Em meio a esse caos político, econômico, social e ambiental, coube ao jornalismo, também alvo de ataques, reportar, contextualizar e analisar tudo isso, oferecendo à população um serviço público fundamental para a reflexão, discussão e tomadas de decisão nos mais diversos níveis e esferas.
Nesta última edição de 2021, que edito de forma excepcional, a CENARIUM traz um balanço do ano, destacando alguns dos temas tratados em outras edições. E, seguindo a premissa de que toda experiência (mesmo as ruins) deixa aprendizados e serve de motor para transformações, fizemos um exercício de listar vitórias conquistadas, apesar dos pesares, como a descoberta de vacinas contra o coronavírus.
Nesse ano difícil, pela primeira vez, vimos a indústria da desinformação sofrer reveses importantes. Boa notícia para o jornalismo profissional, pilar fundamental da nossa combalida democracia, que necessita urgentemente ser fortalecida.
A CENARIUM deu sua contribuição nesse sentido. Ao longo de 2021, a revista apresentou aos leitores todas essas problemáticas que afetam os brasileiros e, principalmente, os amazônidas. Deu espaço às vozes, por vezes, silenciadas e questionou o poder opressor.
E sigamos rumo a 2022 neste caminho, lutando e sem esmorecer!
(*) O editorial foi publicado, simultaneamente, na Revista Cenarium Digital, com acesso aqui.