Amazonas e Maranhão têm menores rendimentos per capita do País, aponta IBGE

Dinheiro, Real Moeda brasileira (José Cruz/Agência Brasil)

27 de fevereiro de 2023

14:02

Gabriel Abreu – Da Agência Amazônia

MANAUS – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou os valores dos rendimentos domiciliares per capita referentes a 2022 para o Brasil e Unidades da Federação, calculados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Os menores rendimentos do País são de Estados da Amazônia Legal: Amazonas e Maranhão. Em ambos, os valores ficaram abaixo de mil reais.

Mato Grosso, Rondônia e Tocantins são os três Estados com as melhores rendas da região amazônica. Para o cálculo, o IBGE considerou os rendimentos de trabalho e de outras fontes nas residências visitadas. “Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos”, informou o órgão.

Segundo o IBGE, os rendimentos médios em cada Estado são os seguintes: Mato Grosso, com R$ 1.614; Tocantins, R$1.379; Rondônia, com R$1.365; Roraima, com R$1.242; Amapá, com R$1.177; Pará, com R$1.061; Acre, com R$1.038; Amazonas, com R$ 965; e por último, o Maranhão, com R$817.

Tabela com os dados por Estados da Região Amazônica (Mateus Moura/ Agência Amazônia)

O rendimento domiciliar per capita foi calculado como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares (nominais) e o total dos moradores. Nesse cálculo, são considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes. Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos.

Os valores foram obtidos a partir dos rendimentos brutos de trabalho e de outras fontes, efetivamente recebidos no mês de referência da pesquisa, acumulando as informações das quintas visitas da PNAD Contínua feitas no 1º, 2º, 3º, e 4º trimestres de 2022.

A PNAD Contínua é uma pesquisa domiciliar, amostral, realizada pelo IBGE desde janeiro de 2012, que acompanha as flutuações trimestrais e a evolução da força de trabalho, entre outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País.

Informações coletadas

No caso específico dos rendimentos, são coletadas as informações referentes ao trabalho em todas as visitas e referentes às outras fontes de rendimento nas primeiras e quintas visitas ao domicílio. Assim é possível compor os indicadores anuais de rendimento de todas as fontes com base tanto nas primeiras visitas quanto nas quintas visitas, sendo a escolha determinada pelo melhor aproveitamento da amostra e outras informações de ordem técnica e prática que venham a ser relevantes no contexto de cada ano.

Entre 2014 e 2019, o aproveitamento da amostra foi maior nas bases de primeiras visitas. Já em 2020, o aproveitamento da amostra foi maior na base de quintas visitas (72,7% de entrevistas realizadas) do que na base de primeiras visitas (47,4% de entrevistas realizadas). O mesmo ocorreu em 2021, sendo este o segundo ano em que o aproveitamento da amostra foi maior na base de quintas visitas (69,9% de entrevistas realizadas) do que na base de primeiras visitas (60,4% de entrevistas realizadas).

Em 2022, as taxas de aproveitamento seguiram crescendo, tanto nas primeiras como nas quintas visitas. Mais uma vez, o aproveitamento da amostra foi maior nas quintas visitas (80,7% de entrevistas realizadas) do que nas primeiras (79,4% de entrevistas realizadas).

A queda das taxas de aproveitamento das entrevistas nos últimos anos reflete o contexto excepcional, observado principalmente nos anos de 2020 e 2021, ocasionado pela pandemia de Covid-19 e os procedimentos adotados para minimizar as perdas de informação que poderiam ocorrer com a pandemia e o isolamento social.

Tradicionalmente, a coleta das informações da PNAD Contínua é realizada de forma presencial nos domicílios selecionados. No entanto, de março de 2020 a junho de 2021, por conta da pandemia, essa coleta foi feita inteiramente por telefone.