Após aumento de casos em Manaus, quarta dose da vacina contra Covid-19 é liberada para pessoas a partir de 18 anos

Os locais com horários e as vacinas disponíveis podem ser consultados no site da Semsa (Reprodução/Semsa)

29 de junho de 2022

21:06

Eduardo Figueiredo e Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após o alerta divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) sobre o aumento de casos de Covid-19 confirmados no Estado, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) anunciou na noite desta quarta-feira, 29, a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 para pessoas acima de 18 anos que tenham tomado terceira dose há pelo menos quatro meses.

Os locais com horários e as vacinas disponíveis podem ser consultados no site da Semsa e também nas redes sociais da secretaria (@semsamanaus no Instagram e Semsa Manaus no Facebook). Em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são ofertadas a primeira, segunda, terceira e quarta doses da vacina.

Quarta dose liberada para pessoas a partir de 18 anos em Manaus (Reprodução/Instagram)

Segundo o secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho, as novas unidades de saúde que vão aplicar a vacina contra a Covid-19 foram escolhidas de forma estratégica, em locais de grande concentração de pessoas e também em áreas de vazios assistenciais.

Ainda conforme o secretário, os locais de vacinação operam em três horários diferentes: são dez UBSs de horário ampliado, de 8h às 20h, outras 64 UBSs de horário normal, de 8h às 17h, e sete Unidades de Saúde da Família (USFs), de 8h às 16h.

“Todas as pessoas a partir dos 5 anos de idade podem iniciar o esquema vacinal e devem atualizá-lo com as doses liberadas para a sua faixa-etária, seguindo os intervalos preconizados pelo Ministério da Saúde. Basta comparecer nos locais de vacinação portando documento de identidade com foto e o cartão de vacina”, orientou o titular da Semsa.

Aumento de casos

Nesta quarta-feira, 29, foram registrados 222 novos casos da doença, no Amazonas, segundo o Boletim Diário de Covid-19. Com isso, o Estado totaliza 584.656 casos e não foram registrados óbitos nas últimas 24 horas.

O boletim acrescenta ainda que 1.222 pessoas com diagnóstico de Covid-19 estão sendo acompanhadas pelas secretarias municipais de saúde, o que corresponde a 0,19% dos casos confirmados ativos.

O documento divulgado pela SES e FVS-RCP alerta que o crescimento foi impulsionado por Manaus, cuja quantidade de casos passou de 18 para 103 casos novos por dia. No interior, o aumento na média diária foi de 8 para 20 casos diários. A capital do Estado tem 62% dos casos registrados nesses últimos dois meses.

Segundo a FVS-RCP, o aumento de casos não representou reflexos significativos em hospitalizações e óbitos, pois, o número de pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com o vírus é baixo, sendo um dos menores índices de internações pela doença desde o início da pandemia. Na terça-feira, 28, a pasta registrou apenas três pacientes hospitalizados em UTI e na rede pública.

Para a diretora-presidente da FVS-RCP, esse número reduzido de casos graves da doença se dá pela vacinação contra a Covid-19. “É preciso que todos se mantenham alertas e não relaxem porque é a vacina que proporciona o não agravamento dos casos”, afirmou Tatyana Amorim.

Quarta onda

O cientista e epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, destacou que a quarta onda da pandemia já incide na capital amazonense e os casos do vírus devem se intensificar, principalmente, por conta de grandes eventos, como as festas tradicionais de São João e o Festival Folclórico de Parintins. Além disso, o especialista afirma que a tendência de aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente, por Covid-19, em Manaus, não é de hoje e, sim, de algumas semanas atrás.

“O fato de estarmos enxergando essa curva de aumento de casos graves na quarta onda comprova que já estávamos tendo milhares de casos na comunidade há mais tempo e os mesmos estavam, simplesmente, passando em branco nas estatísticas oficiais, o que caracteriza uma epidemia silenciosa ou ocultada, tal como vimos na virada de 2021 para 2022, quando subitamente as internações começaram a aumentar. A diferença, agora, em plena quarta onda, é que as autoridades não têm mais interesse em testagem em massa e voltam a centrar o foco, equivocadamente, no hospital, a partir de onde é impossível controlar a epidemia, pois, o espalhamento viral se dá na comunidade ou fora do hospital”, destacou.

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