Arqueólogo assume direção do Museu da Amazônia

O arqueólogo italiano Filippo Stampanoni foi eleito por unanimidade. (Denise Lima)

02 de janeiro de 2024

14:01

Marcela Leiros – Da Agência Amazônia

MANAUS (AM) – O arqueólogo italiano Filippo Stampanoni foi eleito novo diretor-geral do Museu da Amazônia (Musa). A confirmação veio da diretoria da instituição nesta terça-feira, 2, por meio das redes sociais. A nomeação ocorre quase um mês após o falecimento do fundador do Musa, o físico Ennio Candotti.

Stampanoni, que era diretor-adjunto, foi eleito por unanimidade pelo Conselho Administrativo do museu após ter seu nome indicado. A eleição foi formada por dois terços do conselho, conforme Estatuto da instituição.

Stampanoni é doutor em Arqueologia pelo Programa de Pós-Graduação do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP), com área de pesquisa em Arqueologia Amazônica. O arqueólogo também possui graduação em letras clássicas e arqueologia pela Universidade de Bologna-Alma Mater Studiorum, na Itália.

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Musa: um pedaço da floresta localizado no meio da cidade de Manaus
Filippo Stampanoni é o novo diretor-geral do Museu da Amazônia. (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Museu

Fundado em 2009, o Musa ocupa 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus. O espaço conta com sete trilhas na floresta que proporcionam ao visitante uma experiência sensorial da Amazônia.

Museu da Amazônia (Musa), localizado na Zona Leste de Manaus (Divulgação/Assessoria)

Aberto à visitação, o museu ainda reúne exposições, viveiros de orquídeas e bromélias, aráceas, palmeiras, samambaias, serpentes, aranhas e escorpiões, borboletas, cigarras, cogumelos e fungos, além de jardim sensorial, lago das vitórias-amazônicas, aquários, e a conhecida Torre de Observação, com 42 metros de altura.

Vista da torre do Musa, em Manaus, Amazonas (Ricardo Oliveira/Rede Cenarium)
Legado

O físico italiano Ennio Candotti faleceu no dia 6 de dezembro, aos 81 anos. Ele era presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e presidiu a entidade de 1989 a 1993, e de 2003 a 2007. A causa da morte não foi divulgada pela família.

A ideia para criação do Musa surgiu durante uma reunião da SBPC, em 2007, em Belém, quando o físico chefiava a entidade. Candotti, na ocasião, sugeriu a criação de um museu na floresta. Foi, então, convidado para cuidar da criação e direção do museu.

O Musa foi fundado dois anos depois. Em 2011, um pedaço da Reserva Florestal Adolpho Ducke foi cedido para a criação. O museu recebeu, em 2013 e 2014, verba do Fundo Amazônia, o que possibilitou a construção de laboratórios, trilhas e a conhecida torre de observação do Musa de 42 metros.

Professor Ennio Candotti e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Reprodução)

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de outras entidades científicas, lamentou a morte do professor físico“Sempre foi comprometido com o desenvolvimento científico brasileiro e a preservação do meio ambiente. Aos seus familiares, amigos e alunos minha solidariedade neste momento de tristeza e saudade”, disse o presidente.

Editado por Yana Lima

Revisado por Gustavo Gilona