Familiares de empresária e adolescente denunciam abuso policial em Manaus

Márcia Vinagre cobrou esclarecimentos sobre a prisão da filha (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

02 de maio de 2024

16:05

Marcela Leiros – Da Agência Cenarium

MANAUS (AM) – Familiares da empresária Angélica Larissa, 25 anos, e do adolescente F.F.B, 17 anos, denunciaram nesta quinta-feira, 2, à AGÊNCIA CENARIUMabuso de policiais militares da 1ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) nas detenções de ambos nas dependências do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus. A confusão teve início em uma abordagem policial em que um agente da Polícia Militar teria plantado drogas.

A atriz e produtora de eventos Márcia Vinagre, mãe de Angélica, relatou que a filha foi detida após questionar sobre a prisão de um amigo. Já o adolescente foi apreendido depois de ser agredido pelo cabo da PM Ramiro Luna, informou o pai dele à CENARIUM. Angélica foi liberada pela polícia, mas o jovem foi encaminhado à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), na Zona Centro-Sul da capital amazonense.

O caso teve início enquanto o grupo consumia bebida alcoólica em um bar no Programa Social e Ambiental de Manaus e do Interior (Prosamin+) localizado na Avenida Ramos Ferreira, por volta das 7h. Márcia Vinagre, que estava no local, relatou que dois policiais realizaram a abordagem, mas um deles portava drogas que foram imputadas a outro homem, de identidade não informada.

De repente chegou uma viatura e os rapazes se levantaram e colaboraram. Nesse momento, eu e minha filha estávamos sentadas e a gente se levantou achando que também iam nos revistar e nós vimos o policial simplesmente jogar droga e dinheiro no chão, já com arma em punho, e a minha filha perguntou ‘De quem que é isso?’ e ele disse ‘É meu, e daí?” e a pessoa que foi presa por porte de drogas estava bem distante“, relatou.

Márcia Vinagre também explicou como se deu a detenção da filha e agressão do adolescente: “A minha filha veio na frente, ela falou exatamente o que eu estou falando aqui, e foi detida por injúria. Ficamos aqui esperando minha filha sair, porque ela ia ser ouvida, mas ela não foi ouvida, ela saiu agora há pouco, foi machucada, tiraram dela abolsa, celular, tiraram tudo. Antes da minha filha sair, eles agrediram o filho de um amigo nosso só por abrir a porta. Esse policial saiu com a arma em punho no rosto desse rapaz e já batendo nele na frente do pai. Algemou e depois levaram para delegacia [Deaai]“, completou.

Frank Barros, pai do adolescente apreendido, falou sobre o que presenciou no 1º DIP: “Agrediram meu filho, colocaram a arma no rosto dele. Trabalhei 12 anos como segurança, de escolta armada, e nunca fiz isso“, declarou.

Frank, pai do adolescente detido (Marcela Leiros/Revista Cenarium)
Adolescente de 17 anos foi apreendido (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

Na sede do 1º DIP, a polícia alegou que Angélica Larissa foi detida por injúria e o adolescente foi apreendido por desacato policial e ameaça. As famílias informaram que denunciarão os casos à Corregedoria da Polícia Militar (PM). “Só que a gente vai exigir a gravação da viatura que fez apreensão de tudo, e a gente tem prova, sim, e vai correr atrás“, concluiu Márcia Vinagre.

Revisado por Gustavo Gilona